As crianças em determinada idade,
nomeadamente por volta dos 3/4 anos, fazem jogos de luta. As suas brincadeiras
passam, exclusivamente, por jogos de polícia e ladrão. Utilizam objetos
variados, transformando-os em pistolas, brincadeiras nas quais os adultos
tendem a intervir por considera-las perigosas. Embora as crianças, normalmente,
digam que é só a brincar e que não estão de maneira nenhuma zangadas, os
adultos devem conversar sobre o assunto e alertá-las para os acidentes que
podem surgir dessas brincadeiras. Durante estas interações, é normal que os
adultos fiquem um pouco indecisos sobre a forma de agir, pois não sabem se
estão a travar brincadeiras prazerosas para as crianças ou a alimentar
violência entre elas permitindo-as.
Com certeza que situações de conflito,
com recurso a violência física, são um assunto sério, e precisam da intervenção
do adulto para que se possam evitar acidentes. Deste modo mesmo quando estão a
brincar o melhor é intervir e não deixar continuar para que não se torne num conflito
grave. No dia-a-dia, aprendemos a observar e a conhecer as crianças, e
conseguimos facilmente vê-las brincar e perceber os confrontos entre elas.
As crianças no tipo de brincadeira
física preocupam-se mais com os meios do que com os fins e a brincadeira em si pode
nem ter finalidade nenhuma. Pode ser simplesmente pela pura diversão de correr,
saltar, pular e esta pode ser social como individual, estando relacionada com a
disponibilidade motora e o envolvimento social da criança.
As brincadeiras de lutas estão mais
associadas aos rapazes, que na hora de brincadeira livre têm sempre tendência para
escolher atividades motoras. Por sua vez, as meninas têm preferência por
atividades relacionadas com o desenho e com a imitação da vida do quotidiano. Desta
forma, grupos em que a sua maioria são rapazes têm uma maior tendência para ser
agitados e com brincadeiras físicas.
Educadora Carolina Lopes, Sala Jerome Bruner