segunda-feira, 14 de abril de 2014

Já pode ir ao pote?

Normalmente a partir do momento que a criança começa a andar bem, a linguagem a desenvolver-se, e os 18 meses se aproximam, muitos pais começam a ficar um pouco ansiosos para iniciar o "treino de higiene". Quando perguntam "O meu filho já pode ir ao pote?" a reposta mais acertada será "Depende!".
 
E de facto, o inicio do controlo esfíncteriano  está dependente de múltiplos factores sendo o principal, a ter em consideração por pais e educadores, o desenvolvimento da criança além da idade.
 
Vejamos:

Até aos 18 meses, em termos desenvolvimentais, as conexões de ligação da bexiga e intestino do bebé ao cérebro ainda não se desenvolveram completamente. Isto implica que o esvaziamento de bexiga e intestino aconteçam de forma espontânea, e inconsciente. No entanto, podemos ajudar a criança a ir tomando consciência destes fenómenos utilizando as palavras "chichi" ou "cocó" durante a muda da fralda. Em casa os pais poderão optar por deixar a criança vê-los usarem o quarto de banho, mas isto cabe a cada família decidir.Pelos 18 meses, as conexões anteriormente referidas deverão esta devidamente desenvolvidas, então a criança começa a ter algum controlo sobre os movimentos da bexiga e intestino, as fraldas começam a estar mais tempo secas, e criança toma consciência do que acontece quando faz chichi ou cocó. Nesta altura poderemos apresentar o pote/ bacio à criança (devendo ser o mais simples possível, sem acessórios: música e afins...) mas sem esperar que faça real uso deste.
 
Entre os dois e os três anos, os músculos da bexiga e do intestino vão-se fortalecendo, aumentando a capacidade de "se conter". Psicologicamente esta é a fase em que a criança gosta de agradar, imitar e é capaz de seguir instruções simples, desejosa de independência com um grau razoável de coordenação, permite-nos um treino de pote mais consciente e gratificante para a criança que rapidamente começa a ver os resultados do tempo passado no pote/ bacio.
 
Esta será a fase ideal para o inicio do treino, mas com espectativas moderadas pois muitos acidentes irão acontecer. Um processo por vezes longo, iniciado na sala de um ano, acompanha grande parte das crianças na transição para a sala dos 2 anos. Depois há também que ter em consideração que muitas crianças só o iniciam na sala de 2 anos por terem menos de 18 meses, ou porque não estão preparadas para o iniciar.
 
A este processo cabe um papel fundamental à família: continuidade da rotina no fim de semana e férias. Gradualmente os educadores informam quais os horários em que as crianças vão ao pote/ bacio na creche para que em casa os cumpram ao fim de semana e férias escolares.
 
Para finalizar e de certa foma demonstrar como o desenvolvimento da criança é fundamental para este processo, partilharei uma situação pessoal. Em meados dos anos 80, quando eu frequentava a creche (e com uma mãe educadora), vivia-se um príodo experimental em que o treino de pote se iniciava aos 9 meses. Ficávamos imenso tempo no pote e... nada. Resultado: perceberam finalmente que quer começando o treino aos 9 meses quer aos 18 (mais ou menos), adquiriamos o controlo esfincteríano na mesma altura, após os 24 meses.
 
Educadora Ana Rita Maia

Nem sempre são só "os dentinhos"

Bebés e crianças pequenas (até aos 2 anos) em contexto de creche, ou as crianças que entram mais tarde para contexto escolar (creche ou mesmo pré-escolar), são mais susceptiveis de contrair as doenças típicas da infância por vezes de contágio rápido.
 
Entre as mais comuns podemos encontrar:
 
- Gastroenterite: constitui uma irritação e inflmação das mucosas do estômago e intestino, transmitida de pessoa para pessoa, surgindo perda de apetite, vómitos e diarreia líquida, espasmos abdominais e febre. Com duração de 1 a 2 dias, não deve existir auto-medicação e a criança deverá ficar em casa em repouso e bebendo bastantes líquidos para evitar a desidratação (água, chá, sumo de cenoura). O açúcar não é aconselhado por prolongar a diarreia.
 
- Bronquiolite: é normalmente causada por uma infeção viral, e provoca a inflamação dos bronquíolos. No caso de crianças pequenas, as causas mais comuns são as infeções respiratórias, reações induzidas por medicações. Normalmente desenvolve-se durante o outono e inverno, sendo os principais sintomas a tosse intensa, febre baixa, dificuldade respiratória (chiadeira no peito, movimentos respiratórios rápidos ou mesmo apneia (paragem respiratória prolongada entre movimentos respiratórios). Podem também surgir vómitos, irritabilidade, falta de apetite, conjuntivite, entre outros.
 
- Viroses: quando existem sintomas como febre, diarreias, vómitos, espetuaração, por vezes associados ou não, mas que não se enquadram num quadro de um vírus específico. As alterações de temperatura ambiente são propícias a este tipo de situações.
 
- Varicela: com preferência pelo inverno e primavera, a varicela raramente reincide e é típica da infância. Transmitida frequentemente pelo ar quando a criança infetada tosse, espirra ou fala, o período de incubação decorre entre o período em que contrai o vírus e o sugimento dos primeiros sintomas. As típicas bolhinhas surgem 1 ou 2 dias depois do vírus entrar em fase de contágio, o que torna impossível controlar a sua transmissão. O facto dos sintomas surgirem espaçadamente entre crianças do mesmo grupo, tem a ver com o período de manifestação de sintomas, entre 10 a 16 dias após a exposição. Nomalmente surge erupção cutânea, tempetatura e mau estar geral.
 
Entre os menos conhecidos está por exemplo o nosso mais recente conhecido, "Boca, mãos e pés" - uma variante do vírus Coxsaqui, que se caracteriza pelo aparecimento de bolhas vermelhas dolorosas na língua, garganta, gengivas, palmas das mãos e pés. Pode surgir febre, por vezes instável: 1 dia, intervalando 2 ou 3 dias e resurgindo por 2 a 4 dias.
 
Nos países não tropicais é característico de um tempo mais quente, normalmente o verão.
 
Perante isto, compreende-se que quando aconselhados os pais devam   consultar o médico (pediatra) para que veja a criança e analise realmente todo o quadro clínico. Por vezes, deixamos arrastar mais estes quadros porque atribuímos logo a culpa aos dentes. Uma febrícula pode acontecer na altura em que algum dentinho rompe porque o sistema imunitário está mais débil e susceptível, daí a febre surja como sintoma de uma infeção menor. No entanto, devemos estar atentos quando pequenos outros sintomas se associam.
 
Educadora Ana Rita Maia

quinta-feira, 3 de abril de 2014

"Vi uma Confusão no Fundo"

Todos os dias lidamos com materiais que, à partida, não têm mais nenhuma utilidade para além daquela para a qual foram criados.
 
Assim, de modo a que as crianças “olhem” para esses mesmos materiais de outra forma e para que olhem sempre para lá da sua utilidade normal criamos na sala o laboratório das experiencias… Este laboratório é um momento da semana em que, através da utilização de ingredientes de uso diário, caseiro e escolar, as crianças observam e aprendem reações e factos interessantes e divertidos da ciência. Ao fazê-lo as crianças reagem muitas vezes de forma surpreendente, tecem comentários, aprendem vocabulário, partilham experiências interpretando o que observam. Simples ingredientes que pudemos encontrar em casa como óleo, corante alimentar, água e uma aspirina efervescente fazem as maravilhas das crianças, causam expectativas e deliciam com o seu resultado. 
 
Estas experiências, claro está, ainda que inofensivas, necessitam sempre a supervisão dos adultos da sala.
Experimentar é divertido e todas as crianças adoram fazê-lo, às vezes até o que não deviam, mas aqui no colégio “usamos” essa curiosidade e vontade naturais de experimentar e canalizamo-las, criando assim “um clima de comunicação em que a linguagem (…) constitua um modelo para a interação e a aprendizagem das crianças (…)” e para que “as crianças encontrem as suas próprias soluções, que as debatam, num pequeno grupo ou mesmo com todo o grupo, apoiando a explicitação do porquê da resposta (…).(in Orientações Curriculares para o Pré- Escolar)”.
 
Educadora Florbela Rios

terça-feira, 1 de abril de 2014

Projeto: "O Corpo Humano"

O corpo humano é formado por um conjunto de órgãos e sistemas que trabalham o tempo todo. 
 
Cada sistema com sua função específica é semelhante a uma máquina com várias peças: cada peça individualmente não representa muita coisa, mas dentro de um sistema, se uma delas parar de funcionar, prejudica o funcionamento das demais.
 
O cérebro é quem comanda tudo... 
 
Através de milhões de células nervosas chamadas de neurónios, ligadas a todas as partes do corpo, o controle dos órgãos e glândulas do corpo ocorre de forma dinâmica.
 
Conhecer como o nosso organismo funciona é fundamental para mantermos a saúde e uma boa qualidade de vida. Para isso, é preciso entender como trabalham os principais sistemas do organismo.
 
Como tudo começou?
 
A pergunta que despoletou todo o projecto foi “para onde vai a comida que comemos?”, daí foi feito todo um trabalho de pesquisa para dar resposta à nossa dúvida, a partir daí novas questões se levantaram e para além de trabalharmos o sistema digestivo, pesquisamos também sobre o aparelho respiratório, circulatório, urinário e aparelho reprodutor, conhecemos ainda o nosso esqueleto.
 
 
Educadora Carolina Lopes