Marcelli Ferraz, é coordenadora do livro Educação
Expressiva, que surge no âmbito da educação e terapias expressivas, e que nos
últimos tempos se tem assumido cada vez mais como um novo paradigma educativo.
No entanto, e apesar de ser um modelo próprio para crianças, jovens e adultos
com necessidades educativas especiais, poderá ser utilizado com qualquer
criança e conciliado facilmente com outros modelos e metodologias,
nomeadamente com o currículo High-Scope.
Este último, assenta na ideia chave de Jean Piaget da aprendizagem ativa,
bem como nas definições de etapas de desenvolvimento, do mesmo autor, que nos permitem
rapidamente relacioná-los e torná-los parte do nosso trabalho em creche.
A criança
em creche encontra-se em plena fase sensório-motora, pelo que todo o trabalho
que envolva o estímulo dos sentidos será um exercício para o cérebro e promotor
do desenvolvimento de várias competências: motora, linguística, do raciocínio
lógico e psicossocial.
Na creche,
os movimentos de fitas suspensas, o som que estas provocam (visual e auditivo),
bem como a exploração de digitinta ou pasta de farinha (tato, cheiro e
paladar), permitem aos bebés e crianças mais pequenas experiências e contacto
com capacidades expressivas precoces.
Por
exemplo, numa atividade com pasta de farinha uma criança pode passar grande
parte do tempo a amassá-la e enterrar a ponta do dedo, enquanto outra criança a
divide consecutivamente em pequenos pedaços. Isto significa que enquanto a
primeira explora mais a dimensão sensorial, a segunda foca-se numa dimensão
mais cognitiva de compreensão do mundo e em como as coisas podem ter uma forma,
serem manipuladas/alteradas e voltarem à forma original.
Segundo os
autores, a educação expressiva vai ao encontro do
estímulo das expressões humanas, principalmente das não verbais, integrando:
toque, voz, dança, movimento, cheiro, som, cor, pintura, representação,
imaginação, escuta, escrita, grito, riso, jogo, performance, simbolismo,
modelagem, além do olhar, do sentir, do fazer, do experimentar (...) promove
com facilidade a aprendizagem, trabalhando o “SER” integralmente, com todos os
seus sentidos, possibilidades e formas de expressão (...)”
Educadora Ana Rita Maia
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