O bebé quando nasce demonstra interesse
em experienciar situações e desenvolver explorações que contribuem para a
construção do seu “self” e para a interação com o mundo que o rodeia. De acordo
com os métodos curriculares que o CER defende e acredita, sobressai uma
característica comum a todos: a criança é construtora do seu conhecimento
através das relações e interações com o meio.
Deste modo, a escola bem como o educador
devem proporcionar aos bebés e crianças “a riqueza das experiências […] em um
momento em que o cérebro está pronto para receber, fazer conexões e assim utilizar
essas informações (Goldschmied & Jackson, 2007, p. 114) no seu dia-a-dia.
Isto porque os cérebros dos bebés além de estarem em constante crescimento,
desenvolvem-se ao responder à informação recebida pelos cinco sentidos:
audição, tato, paladar, olfato e visão.
Esta estimulação sensorial necessita por
um lado de um ambiente organizado e dotado de objetos e materiais (estruturados
ou não estruturados) que desafiem a criança no ato de transformar e criar
(Harns, 2014), e por outro lado de um educador capaz de proporcionar uma
variedade de experiências que se contextualizem nas características do grupo,
em geral, e em cada criança.
Face ao referido, como é que na
realidade esta estimulação sensorial ganha
forma?
Por vezes, “o que começa por ser um
movimento ocasional - acenar com uma colher de pau e acidentalmente bater com
ela num caixote de papelão - conduz a uma descoberta fascinante e é
intencionalmente repetida vezes sem conta. […] Mais tarde, a aquisição deste
conhecimento experimental conduzirá as crianças a sequências cada vez mais
complexas, como mexer com uma colher ou empilhar caixas (Hohmann & Post,
2011, p. 26)”.
Em conclusão, importa referir que este
contacto sensorial floresce nos bebés e crianças uma variedade de emoções como
a alegria, a tristeza, a surpresa a aversão ou até mesmo o medo. Ainda mais, os
bebés e crianças que estão em contacto com aprendizagens sensoriais tornam-se
mais ativos, dinâmicos, criativos, emocionalmente equilibrados e saudáveis, e
passam a realizar melhor as atividades propostas, a encontrar soluções e a
apresentar uma boa socialização.
Educadora Mariana Espinheira Rio, Salas Jean Piaget e Lev Vygotsky