Professora Maria Inês
Porto
quarta-feira, 3 de dezembro de 2014
Locus
No
passado dia 13, o colégio inaugurou a sua exposição "Locus",
marcando a evolução de lugares e espaços educativos ao longo de 25 anos.
Dizem
por aí que o lugar fazem-no as pessoas, mas a verdade é que há pessoas que
sentem falta de lugares. Quando há quase 7 anos atrás entrei no Espinheira Rio,
senti-me em casa! Era uma escola pequena, com uma harmonia doméstica que nos
enchia de conforto, e que nem por isso deixava de ser uma escola, cheia de
projetos e de vida, de propostas educativas que cada vez se tornaram mais
fortes!
No
piso inferior, o refeitório era apenas metade, onde hoje é o nosso vestiário
era o escritório que servia também como secretaria, sala de professores e
economato. A sala de estudo era logo ao lado entre o escritório e as escadas. A
cozinha em termos de estrutura não mudou muito, mas havia uma porta com 2
degraus que comunicava com a sala que hoje tem vista para a horta. E essa sala
era muito engraçada porque quando entravamos subiam-se uns degraus (ficávamos
ao nível da horta) e tínhamos um hall com cabides, um canteiro com uma árvore e
saída para o exterior. Mas se entrássemos para a sala encontrávamos uma sala
tipo mezzanine, com chão em madeira e ao fundo uma porta de acesso ao jardim,
também com escadas pois aí estávamos um nível abaixo do jardim (naquele tempo)
com relva e árvores.
Agora
vamos subir à creche, na altura era o último piso! Subíamos por uma escada de
madeira, como em tantas casas, e que terminava numa porta em vidro. A copa não
mudou muito, mas já lá não estão as cadeiras de madeira forradas com tecido ao
xadrez branco e azul. Em frente das escadas ao entrar havia uma parede com um
espelho, que utilizávamos como placar. O berçário era onde está hoje mas ao
contrário, ou seja entravamos e não tinha a copa de leites, era um pequeno
corredor que nos levava até uma sala em tons de amarelo, com uns cortinados
brancos recolhidos ao lado. Lembro-me de um sofá que dividia a área de brincar
da área de berços que era na altura no local onde é agora a área de berços da
sala do lado. E a sala do lado era muito colorida, tinha uma parede azul, uma
rosa e uma branca com umas ondas, e dessa sala uma porta de correr dava
acesso a outra sala, a sala de aquisição
de marcha que se situava onde agora está a saída de emergência e a área de
refeições e a atual Sala Montessori. Essa sala tinha uns estores brancos com
bolas coloridas e era envidraçada para a circunvalação, tendo uma altura de
parede que permitia aos bebés agarrarem-se e se segurarem, ganharem equilíbrio
e começarem a andar. E foi dessa sala que comigo a Cláudia, a Ana Paula, a
Paula Marques e a Carina acompanharam com algum entusiasmo e curiosidade o
inico das obras. Lembro-me do dia em que chegou uma grua "xpto" que
não podia começar os trabalhos porque estava mau tempo, e das escavações para
se baixar o jardim... muitas crianças aprenderam a andar acompanhando de
camarote as obras do exterior.
Reabrimos
em agosto de 2009 já com o lado novo pronto, foi lá que iniciamos o ano letivo
com apenas metade do edifício a funcionar, e em novembro pudemos ocupar
definitivamente todo o edifício.
Penso
que as pessoas fazem o lugar, mas por vezes o lugar também ajuda a fazer as
pessoas, sinto alguma nostalgia dos tempos do colégio mais pequeno, pelo
aconchego. Às vezes para recordar um
bocadinho, e para que a memória não me deixe esquecer, vou ao Google Maps onde
ainda é possível encontrar restos desse tempo de transição e de mudança.
Saudade,
Educadora Ana Rita Maia
Por que há ondas grandes e pequenas?
Desde
o início do ano em todas as Assembleias Semanais, os alunos do 1.º ano
revelam as suas curiosidades e divertem-se imenso a descobrir e desvendá-las.
Por isso, criámos o Centro de Investigação, espaço mais relacionado com a área de Estudo do Meio, mas que integra muitas outras. O Centro foi inaugurado com uma investigação sobre a razão de haver ondas grandes e ondas pequenas.
Concluímos que o tamanho das ondas depende de 3 fatores:
Por isso, criámos o Centro de Investigação, espaço mais relacionado com a área de Estudo do Meio, mas que integra muitas outras. O Centro foi inaugurado com uma investigação sobre a razão de haver ondas grandes e ondas pequenas.
Concluímos que o tamanho das ondas depende de 3 fatores:
-
a ação do vento sobre a superfície da água;
-
o terreno por baixo da água, no caso de haver fundões, o vento provoca
movimentos rotativos que geram ondas gigantes;
-
a forma costeira dos países, que pode provocar ressaltos da água, no caso de
falésias ou arribas, e como consequência ondas elevadas.
Os textos foram escritos pelo aluno Guilherme, que foi quem colocou a pergunta: Por que há ondas grandes e pequenas?
Os textos foram escritos pelo aluno Guilherme, que foi quem colocou a pergunta: Por que há ondas grandes e pequenas?
Professora
Maria Inês Porto
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
Quero que o meu filho seja feliz!
«A secção para pais
nas livrarias é esmagadora - é "um monumento gigantesco, com cores de
rebuçados, ao nosso pânico coletivo"» É assim apresentada no site: www.ted.com,
uma TED Talk, dirigida pela escritora Jennifer Senior, sobre a ansiedade dos
pais sobre a feliciade que esperam que os seus filhos consigam.
Ao assistir irá
certamente questionar-se sobre o que pretende para o seu filho e como esta
ansiedade poderá estar a alterar as relações parentais e o ser-se pai ou mãe.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEit-LfTOY8H8fJB91aYFvFjoZ5pO-fjr6F_nLnMUoD3UWgd2DUxjxcjivTE15sJQdXl53DdX32lWt_88eCglIoG2LCLobFJz4NyCQf3qgJRYCn25pg13WpvPSKuqqKNaKsxnsTmTzYQXkc/s1600/imagem.jpg)
"É espantosa a variedade que encontramos
nas estantes. Há guias para criar crianças amigas do
ambiente, para criar crianças isentas de glúten, para proteger crianças das doenças (...) Há
guias para educar crianças bilingues, mesmo que lá em casa
só se fale uma língua. Há guias para educar crianças
esclarecidas financeiramente e crianças com espírito
científico e crianças que sejam o máximo em Ioga.(...) há
praticamente um guia para tudo".
A autora reflete,
não sobre o caracter ciêntifico dos livros, ou intenções dos mesmos, mas sobre
aquilo que lhe parece ser um pânico coletivo, uma ansiedade em excesso para a
educação dos nossos filhos quando a humanidade sempre assentou num processo
continuo de parentalidade. E qual será a razão de tanta angústia ou ansiedade
associada hoje em dia a um processo natural? Basicamente poderíamos dizer que
as mudanças sociais que sofremos nas últimas décadas que obrigaram a mudanças
dos papeis sociais, tiverem um peso significativo no processo de ser pai ou
mãe. Se pensarmos que até parte do século XX, na Europa e Estados Unidos da
América, o trabalho infantil era ainda comum, percebemos de forma mais simples
que a principal função das famílias seria uma função de cuidado e instrução
moral em troca de alguma receita precoce. O reconhecimento dos direitos das
crianças, a punição legal da exploração do trabalho infantil conduziu a
sociedade a concentrar-se na educação das crianças e a ver a escola como o seu
novo trabalho. Sociologicamente há uma inversão de valores, se por um lado a
criança deixa de ter valor económico, torna-se "emocionalmente sem
preço".
O êxito que se
ambiciona para as crianças é de tal ordem, que os pais passaram a trabalhar
para os filhos, no sentido em que a escola já não é suficiente. As crianças
estão sobrecarregadas de atividades extra-curriculares, mas isto representa uma
sobrecarga também para os pais, não apenas financeira mas também de tempo,
porque passam imenso do seu tempo a transportar as crianças para treinos e
aulas disto ou daquilo. Atenção não querendo com isto dizer que as atividades
extra-curriculares não devam existir, mas devemos ponderar se o tempo que implicam
é de facto proveitoso para a criança e se depois do tempo dessas atividades
mais o tempo de estudo, resta algum tempo para brincar, estar com a família e
os amigos, e simplesmente descansar...
Além disso, no
século XXI, a maioria das mães trabalha, ocupa lugares de chefia... isto quer
dizer que os papeis de pai e mãe também se alteraram de forma significativa,
menos tempo para os filhos quando eles "exigem" mais tempo, ansiedade
para que sejam felizes sem sabermos sequer para que tipo de mundo estamos a
criar os nossos filhos:
"Não tenho bem
a certeza de como criar novas normas para este mundo. Mas penso que, na nossa busca desesperada para
criar crianças felizes, podemos estar a assumir a carga
moral errada. Considero que é um objetivo melhor e, atrevo-me a dizer, mais virtuoso, para
fazer crianças produtivas e crianças morais, esperar simplesmente que a felicidade vá ter com elas em virtude do bem que elas fazem e das
suas realizações e do amor que elas recebem de nós.(...) sigamos apenas os dos livros mais antigos — a decência, uma ética do trabalho, o amor — e deixemos que a felicidade e a auto-estima tratem do resto.
Penso que se todos fizermos isso, as
crianças continuarão a sair-se bem e os pais também, possivelmente em ambos os casos, ainda melhor. "
Educadora Ana Rita Maia
segunda-feira, 14 de abril de 2014
Já pode ir ao pote?
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgeUwXUumEn814YZb6YKBl89xr0xe1AGSsrprHj74c6zeEgytgBvseJFhCFUBxbYff4nXNqo8qxJtPCipwi0iCwWUl_7k8gvLOouXhlWaPOlUePmTTIiec4lx99K3uXR32L-gBVebO2nRM/s1600/blogue+-+imagem.jpg)
E de facto, o inicio do controlo
esfíncteriano está dependente de
múltiplos factores sendo o principal, a ter em consideração por pais e
educadores, o desenvolvimento da criança além da idade.
Vejamos:
Até aos 18 meses, em termos desenvolvimentais, as conexões de ligação da bexiga e intestino do bebé ao cérebro ainda não se desenvolveram completamente. Isto implica que o esvaziamento de bexiga e intestino aconteçam de forma espontânea, e inconsciente. No entanto, podemos ajudar a criança a ir tomando consciência destes fenómenos utilizando as palavras "chichi" ou "cocó" durante a muda da fralda. Em casa os pais poderão optar por deixar a criança vê-los usarem o quarto de banho, mas isto cabe a cada família decidir.Pelos 18 meses, as conexões anteriormente referidas deverão esta devidamente desenvolvidas, então a criança começa a ter algum controlo sobre os movimentos da bexiga e intestino, as fraldas começam a estar mais tempo secas, e criança toma consciência do que acontece quando faz chichi ou cocó. Nesta altura poderemos apresentar o pote/ bacio à criança (devendo ser o mais simples possível, sem acessórios: música e afins...) mas sem esperar que faça real uso deste.
Até aos 18 meses, em termos desenvolvimentais, as conexões de ligação da bexiga e intestino do bebé ao cérebro ainda não se desenvolveram completamente. Isto implica que o esvaziamento de bexiga e intestino aconteçam de forma espontânea, e inconsciente. No entanto, podemos ajudar a criança a ir tomando consciência destes fenómenos utilizando as palavras "chichi" ou "cocó" durante a muda da fralda. Em casa os pais poderão optar por deixar a criança vê-los usarem o quarto de banho, mas isto cabe a cada família decidir.Pelos 18 meses, as conexões anteriormente referidas deverão esta devidamente desenvolvidas, então a criança começa a ter algum controlo sobre os movimentos da bexiga e intestino, as fraldas começam a estar mais tempo secas, e criança toma consciência do que acontece quando faz chichi ou cocó. Nesta altura poderemos apresentar o pote/ bacio à criança (devendo ser o mais simples possível, sem acessórios: música e afins...) mas sem esperar que faça real uso deste.
Entre os dois e os três anos, os músculos da
bexiga e do intestino vão-se fortalecendo, aumentando a capacidade de "se
conter". Psicologicamente esta é a fase em que a criança gosta de agradar,
imitar e é capaz de seguir instruções simples, desejosa de independência com um
grau razoável de coordenação, permite-nos um treino de pote mais consciente e
gratificante para a criança que rapidamente começa a ver os resultados do tempo
passado no pote/ bacio.
Esta será a fase ideal para o inicio do treino,
mas com espectativas moderadas pois muitos acidentes irão acontecer. Um
processo por vezes longo, iniciado na sala de um ano, acompanha grande parte
das crianças na transição para a sala dos 2 anos. Depois há também que ter em
consideração que muitas crianças só o iniciam na sala de 2 anos por terem menos
de 18 meses, ou porque não estão preparadas para o iniciar.
A este processo cabe um papel fundamental à
família: continuidade da rotina no fim de semana e férias. Gradualmente os
educadores informam quais os horários em que as crianças vão ao pote/ bacio na
creche para que em casa os cumpram ao fim de semana e férias escolares.
Para finalizar e de certa foma demonstrar como o
desenvolvimento da criança é fundamental para este processo, partilharei uma
situação pessoal. Em meados dos anos 80, quando eu frequentava a creche (e com
uma mãe educadora), vivia-se um príodo experimental em que o treino de pote se
iniciava aos 9 meses. Ficávamos imenso tempo no pote e... nada. Resultado:
perceberam finalmente que quer começando o treino aos 9 meses quer aos 18 (mais
ou menos), adquiriamos o controlo esfincteríano na mesma altura, após os 24
meses.
Educadora Ana Rita Maia
Nem sempre são só "os dentinhos"
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg814MPW4dWODmdlBcpkS0gyqe3XK2zC0a6IM8f0n_UWrNJPvM2MLLRXH32c_0T2SFEE7v8OjnRDkfIf2UuSkvHD_bmFTLXmVeW37X2ON0cgTU1qJbt72LUF0p3e5pPh29Vc33XO7bbMrM/s1600/imagem.jpg)
Entre as mais comuns podemos encontrar:
- Gastroenterite: constitui uma irritação e inflmação das
mucosas do estômago e intestino, transmitida de pessoa para pessoa, surgindo
perda de apetite, vómitos e diarreia líquida, espasmos abdominais e febre. Com
duração de 1 a 2 dias, não deve existir auto-medicação e a criança deverá ficar
em casa em repouso e bebendo bastantes líquidos para evitar a desidratação
(água, chá, sumo de cenoura). O açúcar não é aconselhado por prolongar a diarreia.
- Bronquiolite: é normalmente causada por uma infeção viral,
e provoca a inflamação dos bronquíolos. No caso de crianças pequenas, as causas
mais comuns são as infeções respiratórias, reações induzidas por medicações.
Normalmente desenvolve-se durante o outono e inverno, sendo os principais
sintomas a tosse intensa, febre baixa, dificuldade respiratória (chiadeira no
peito, movimentos respiratórios rápidos ou mesmo apneia (paragem respiratória
prolongada entre movimentos respiratórios). Podem também surgir vómitos,
irritabilidade, falta de apetite, conjuntivite, entre outros.
- Viroses: quando existem sintomas como febre, diarreias,
vómitos, espetuaração, por vezes associados ou não, mas que não se enquadram
num quadro de um vírus específico. As alterações de temperatura ambiente são
propícias a este tipo de situações.
- Varicela: com preferência pelo inverno e primavera, a
varicela raramente reincide e é típica da infância. Transmitida frequentemente
pelo ar quando a criança infetada tosse, espirra ou fala, o período de
incubação decorre entre o período em que contrai o vírus e o sugimento dos
primeiros sintomas. As típicas bolhinhas surgem 1 ou 2 dias depois do vírus
entrar em fase de contágio, o que torna impossível controlar a sua transmissão.
O facto dos sintomas surgirem espaçadamente entre crianças do mesmo grupo, tem
a ver com o período de manifestação de sintomas, entre 10 a 16 dias após a
exposição. Nomalmente surge erupção cutânea, tempetatura e mau estar geral.
Entre os menos conhecidos está por exemplo o nosso mais
recente conhecido, "Boca, mãos e pés" - uma variante do vírus Coxsaqui,
que se caracteriza pelo aparecimento de bolhas vermelhas dolorosas na língua,
garganta, gengivas, palmas das mãos e pés. Pode surgir febre, por vezes instável:
1 dia, intervalando 2 ou 3 dias e resurgindo por 2 a 4 dias.
Nos países não tropicais é característico de um tempo mais
quente, normalmente o verão.
Perante isto, compreende-se que quando aconselhados os pais
devam consultar o médico (pediatra) para
que veja a criança e analise realmente todo o quadro clínico. Por vezes,
deixamos arrastar mais estes quadros porque atribuímos logo a culpa aos dentes.
Uma febrícula pode acontecer na altura em que algum dentinho rompe porque o
sistema imunitário está mais débil e susceptível, daí a febre surja como
sintoma de uma infeção menor. No entanto, devemos estar atentos quando pequenos
outros sintomas se associam.
Educadora Ana Rita Maia
quinta-feira, 3 de abril de 2014
"Vi uma Confusão no Fundo"
Todos os dias lidamos com materiais que, à
partida, não têm mais nenhuma utilidade para além daquela para a qual foram
criados.
Assim, de modo a que as crianças “olhem”
para esses mesmos materiais de outra forma e para que olhem sempre para lá da
sua utilidade normal criamos na sala o laboratório das experiencias… Este
laboratório é um momento da semana em que, através da utilização de
ingredientes de uso diário, caseiro e escolar, as crianças observam e aprendem
reações e factos interessantes e divertidos da ciência. Ao fazê-lo as crianças
reagem muitas vezes de forma surpreendente, tecem comentários, aprendem
vocabulário, partilham experiências interpretando o que observam. Simples
ingredientes que pudemos encontrar em casa como óleo, corante alimentar, água e
uma aspirina efervescente fazem as maravilhas das crianças, causam expectativas
e deliciam com o seu resultado.
Estas experiências, claro está, ainda que
inofensivas, necessitam sempre a supervisão dos adultos da sala.
Experimentar é divertido e todas as
crianças adoram fazê-lo, às vezes até o que não deviam, mas aqui no colégio
“usamos” essa curiosidade e vontade naturais de experimentar e canalizamo-las,
criando assim “um clima de comunicação em que a linguagem (…) constitua um
modelo para a interação e a aprendizagem das crianças (…)” e para que “as
crianças encontrem as suas próprias soluções, que as debatam, num pequeno grupo
ou mesmo com todo o grupo, apoiando a explicitação do porquê da resposta
(…).(in Orientações Curriculares para o Pré- Escolar)”.
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEg3lRz4T-zUEfs6kex7-YKgRNppTxWfHGwc_vra94EVMGYtThFzfpqk6r04-AOMSpHXBqTvmy5PJPxzsLl249XWIO3GUe55VWbXhjviNYzM-U4hyp5lyI52vaqnMDphcEZpYBaGUWBzmFo/s1600/imagem.jpg)
terça-feira, 1 de abril de 2014
Projeto: "O Corpo Humano"
O corpo humano é formado por um conjunto de
órgãos e sistemas que trabalham o tempo todo.
Cada sistema com sua função específica é semelhante a uma
máquina com várias peças: cada peça individualmente não representa muita coisa,
mas dentro de um sistema, se uma delas parar de funcionar,
prejudica o funcionamento das demais.
Através de milhões de células nervosas chamadas de neurónios, ligadas
a todas as partes do corpo, o controle dos órgãos
e glândulas do corpo ocorre de forma dinâmica.
Conhecer como o nosso organismo funciona é fundamental
para mantermos a saúde e uma boa qualidade de vida. Para isso, é preciso
entender como trabalham os principais sistemas do organismo.
Como tudo começou?
A pergunta que despoletou todo o projecto foi “para
onde vai a comida que comemos?”, daí foi feito todo um trabalho de pesquisa
para dar resposta à nossa dúvida, a partir daí novas questões se levantaram e para além de trabalharmos o sistema
digestivo, pesquisamos também sobre o aparelho respiratório, circulatório, urinário
e aparelho reprodutor, conhecemos ainda o nosso esqueleto.
Educadora Carolina Lopes
quinta-feira, 13 de março de 2014
Brincar ao Faz de Conta
Com
o desenvolvimento da educação a partir da criança, e fundamentada nas nossas
pedagogias construtivistas, partilho da opinião de que as atividades lúdicas
devem ser valorizadas no contexto escolar como poderosas ferramentas para o
aprendizado de conteúdos “científicos” e de comportamentos socialmente
desejáveis.
Através
do jogo, e mais concretamente, do jogo de faz de conta, as crianças
apropriam-se da realidade e recriam o mundo, não para mudá-lo mas para
compreendê-lo. Quando as crianças brincam entram no mundo da fantasia, no qual
têm o poder de revelar as suas visões do mesmo, as suas descobertas, os seus
gostos e de partilhar ideias e sentimentos pelo prazer de experimentar.
Descobrem quais são os seus limites, as suas potencialidades, exercitando a
autonomia e a identidade, pois terão que analisar e fazer as suas escolhas.
Cabe
por isso ao educador organizar oportunidades para as crianças brincarem,
enriquecendo de forma construtiva as suas brincadeiras. Por conseguinte, as
crianças poderão desenvolver-se e expressar-se através das suas múltiplas
linguagens.
Seguindo
esta perspetiva, surgiu na sala dos 2 anos dois novos projetos: dinamização da
biblioteca com os contos tradicionais e construção de um hospital na nossa
sala.
Estes projetos surgiram dos interesses manifestados pelas
crianças deste grupo, mas também para trabalhar temáticas presentes nas orientações
curriculares para o pré – escolar. No desenrolar destes projetos foram várias
as atividades e experiências vivenciadas pelas crianças, desde a construção do
hospital e dos cenários, às conversas orientadas em grande grupo para novas
aprendizagens e partilha de saberes, até à exploração dos espaços criados e
materiais que as próprias crianças trouxeram de casa.
Estes projetos serviram para desmistificar medos e
ansiedades presentes nesta faixa etária, abordando temas como os cuidados de
saúde nos hospitais, as consequências de não ouvir os mais velhos e sermos
preguiçosos.
Educadora Sandra Moreira
quarta-feira, 5 de março de 2014
A Criança e a Alimentação
“Logo desde os primeiros movimentos
do bebé no ventre da mãe os pais pensam: «Esta vai ser a minha nova vida. É meu
dever dever fazer tudo para que este bebé cresça e se desenvolva. O meu dever –
parte dessa responsabilidade – é alimentá-lo bem.» Este papel pode começar a
ser uma preocupação mesmo antes do nascimento do bebé.”
(T. Berry
Brazelton & Joshua D. Sparrow)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhGHjbu2L3zKr368jzguGmokl5rUW0OVrXkbTuiOBWML6ujZPQ4EL-9ZGWbw4ACg-TFOigpnDBqO0dX9jAmNadue92Fzh1opgpRbkky2mQXP7StPib5XuuNTc4GXw5UAHo49x2TtREXuMc/s1600/imagem.jpg)
A criança e a alimentação, é o tema escolhido para este mês, precisamente
porque à semelhança do anterior, bastantes pais têm colocado questões relativas
a este processo.
Comecemos por uma preocupação habitual: a recusa da comida.
Esta pode ocorrer por vários dias ou aparecendo de vez em quando, a criança vai
recusado alimentos específicos, sempre os mesmos ou outros. Por vezes a recusa
para comer surge associada a vómitos, comportamentos que naturalmente perturbam
os pais.
Os hábitos alimentares dos pais servem de modelo aos filhos.
Pelo que aproveitando as suas próprias escolhas alimentares, podem preparar as
dos filhos. Mas apesar de decidirem que alimentos servem aos filhos a
dificuldade surge porque não os podem obrigar a comer, é uma opção da criança.
Apesar da recusa em comer poder ter como origem uma
resistência da criança para com a pressão exercida pelos pais para que coma,
existem outras causas possíveis: por vezes hipersensibilidade a sabores ou
texturas, problemas de deglutição, problemas digestivos... por vezes as
crianças podem revoltar-se contra a insistência dos pais para que comam,
maioritariamente feita de forma inconsciente.
Aos dois / três anos, as crianças demonstram grande
resistência, o que implica paciência e tolerância por parte dos pais. Mas pelos
quatro anos, a criança começa a ser capaz de imitar o comportamento à mesa e os
hábitos alimentares, pelo que estas “crises” irão desaparecendo.
Todo este processo tem um forte aliado quando as refeições
se tornam um “tempo de família”. Para as crianças pequenas as rotinas
são estabilizadoras, pelo que iniciar e terminar o dia com uma refeição em
família, só trará vantagens. Especialmente num contexto social como o nosso, em
que as crianças passam mais tempo nas creches do que com os pais, que por seu
turno passam a maior parte do dia a trabalhar, prolongando por vezes as horas
de trabalho quando chegam a casa. Assim, um pequeno almoço ou pelo menos o
jantar devem fazê-lo em família.
Estar com a criança ao pequeno almoço se lhe for possível,
será importante porque ajuda-a a preparar-se para a “separação” ao longo do
dia.
Ao jantar aproveitem para conversar, ajudando a criança a
desenvolver competências sociais, transformando a refeição num momento
agradável de partilha de experiências.
Quanto aos alimentos, é altura de estabelecer regras claras,
a refeição é igual para todos. Assim não deverá existir uma refeição
especialmente preparada para a criança a partir do momento que esta pode fazer
uma dieta alimentar normal: introdução dos sólidos. É claro que estas estarão
sujeitas aos devidos ajustes: em primeiro lugar relativamente aos alimentos não
autorizados pelo pediatra, seguida dos complementos mais fortes como molhos de
natas, béchamel, mostarda, maionese...
Tal como em outros aspetos, também na alimentação as
crianças pequenas aprendem como devem comportar-se à mesa através da imitação
de adultos e crianças mais velhas. Deverá ser adotada desde cedo uma postura
correta por parte do adulto, consciente de que estará a modelar o comportamento
da criança. Mas só pelos quatro/ cinco anos é que esta estará preparada para
reproduzir corretamente esse modelo, o uso dos talheres, do guardanapo, bem
como o uso regular de expressões como “por favor” e “obrigada/o”.
Assim, em crianças pequenas reforce oralmente este tipo de
expressões, mas não espere que uma criança de dois anos a utilize. No entanto,
aos três anos poderá tentar utilizá-las, bem como os talheres, e quanto a estes
podem surgir tentativas para irritar os pais deixando-os cair ao chão. Seja
muito paciente!
Aos quatro / cinco anos, consciente do seu próprio
comportamento à mesa, a criança valoriza o impacto deste e a aprovação dos
outros é importante. E pelos seis anos já podemos esperar da criança um correto
comportamento à mesa. Mas apesar disto, a repetição e paciência dos pais
continuarão a ser imprescindíveis!
Nesta página da internet poderá encontrar este livro do
Método Brazelton:
Educadora Ana Rita Maia
segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
A Criança e a Disciplina
"A disciplina é o segundo
presente mais importante
que um pai pode dar a uma criança."
que um pai pode dar a uma criança."
(T. Berry
Brazelton & Joshua D. Sparrow)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiU8E4746H-Q6JUT9I-D6lmMJMSyIZ9GswtQzJuxOCND_0BqcswyJLXFaci8vhgPUJYG5Y1r-UxahmuwJbdVFG7FnrwMHMw8H6EkWz4Ih5iLmGD2V5f4NLoe-Ra32sAjpeL1zeLbKj3Rmk/s1600/imagem.jpg)
Assim este livro, e em última análise o Método Brazelton
assumem um caráter formativo e de ajuda aos pais, não apresentando
"receitas únicas" pré-formatadas, implicando que pais ou mesmo educadores
as utilizem tendo em consideração as crianças e a aplicabilidade das
estratégias em cada caso concreto.
Muitos pais de crianças a partir do ano e meio têm chegado
com algumas dúvidas relativamente à forma como devem disciplinar os seus
filhos, já que as birras estão a surgir e por vezes não sabem como as
controlar. Por outro lado, as asneiras e desafios à autoridade do adulto também
se tornam evidentes à medida que a criança cresce. Saber como agir será
fundamental para garantir uma boa educação da criança sem a incerteza ou medo
de causar possíveis "traumas" nos seus filhos.
Desde o nascimento e mesmo antes de se aperceberem disso os
pais vão disciplinando os seus filhos, mas quando surgem as primeiras birras
durante o segundo ano de vida, muitas vezes em público deixando os pais sem
saberem o que fazer, sente-se por vezes maior necessidade de orientação no
sentido de disciplinarem as crianças de uma forma mais consciente, sabendo
especificamente como atuar para terminar com a birra ou como fazer com que os
seus filhos entendam que determinada ação não se pode fazer.
No fundo as birras são uma resposta física a um turbilhão de
emoções para tomar decisões e que a criança pequena ainda não é capaz de
interpretar.
Nesta página da internet poderá encontrar os vários livros
do Método Brazelton: http://www.presenca.pt/pesquisa/serie/M%25E9todo%2BBrazelton/
Educadora Ana Rita Maia
quinta-feira, 30 de janeiro de 2014
Foi notícia em janeiro
Faz parte das incumbências do professor enquanto agente
transformador de aprendizagens, dinamizar o espaço da sala de aula. Tal como foi
partilhado no último mês de novembro, o grupo da Sala de Estudo criou, este ano
letivo, um jornal de parede aberto à comunidade escolar. O jornal de parede é
por excelência um espaço no qual os alunos se podem expressar livremente,
confrontar opiniões ou simplesmente narrar acontecimentos significativos vividos
na primeira pessoa dentro e fora da instituição. Aliás, no
processo de desenvolvimento das competências da leitura e da escrita, a sua
presença é fundamental. Dizer que a sua finalidade se esgota em si próprio, não
podia estar mais longe da verdade, uma vez que constitui um projeto aglutinador
de informação, formação, fruição e lazer. Resta-nos esperar que com o tempo
este deixe de ter apenas um papel subsidiário e periférico nas atividades
escolares e promova, ao invés, o gosto pelo acesso à informação.
No seguimento deste trabalho foi notícia na Sala de Estudo:
Professor José Castro
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Avaliação: Qualidade em vez de Quantidade
“A avaliação em educação é um elemento integrante e regulador da prática
educativa, em cada nível de educação e ensino e implica princípios e
procedimentos adequados às suas especificidades.”
(Circular nº. 4 /DGIDC/DSDC/2011:
1).
No caso da educação pré-escolar “assume uma dimensão marcadamente formativa, desenvolvendo-se num
processo contínuo e interpretativo ” (Circular nº: 4, 2011: 1) tendo a
criança como protagonista do processo de ensino-aprendizagem. Assim, é
fundamental haver um conhecimento das metas atingidas pela criança, das suas
dificuldades e como ela as poderá superar. (Circular nº: 4, 2011) Sendo uma
avaliação formativa:
“é um processo integrado que
implica o desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas às
características de cada criança e do grupo, incide preferencialmente sobre os
processos, entendidos numa perspectiva de construção progressiva das
aprendizagens e de regulação da ação.“
(Circular nº. 4,DGIDC/DSDC, 2011:
2).
Os procedimentos utilizados na recolha de evidências, para
sustentar a avaliação, dependem das opções metodológicas de cada educador.
Estes registos podem ser:
ü Abordagens narrativas;
ü Fotografias;
ü Gravações áudio e vídeo;
ü Registos de auto avaliação;
ü Portefólios construídos com as crianças;
ü Questionários a crianças, pais ou outros parceiros educativos;
ü Outros.
Autilização de várias técnicas e instrumentos de recolha de informação vão possibilitar ao educador perceber as necessidades das crianças nas diferentes áreas. Possibilita ainda avaliar a sua progressão e ao mesmo tempo recolher elementos concretos para a adequar a sua intervenção às necessidades do grupo.
Em suma, a avaliação não pretende enquadrar a criança num valor regulamentado, mas é o resultado da observação e do planeamento. Serve para refletir sobre cada criança e adaptar toda a aprendizagem, investindo nas áreas de maior dificuldade e valorizar as conquistas.
Educador José Gonçalves
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
A Matemática no Jardim-de-Infância
Desde cedo a criança é frequentemente confrontada com
o sentido de número: quantos anos tem, o número da porta de casa, os preços no
supermercado, o número de meninos que há na sala, as datas nos trabalhos, o
número de crianças que podem ficar nas diversas áreas da sala, entre outras
situações. São diversos os contextos em que a criança tem oportunidade para
contar e observar os numerais.
A criança gosta de contar e decorar os números. Para algumas recitar a sequência da contagem é um autêntico desafio e vão criando sequências próprias até conhecerem a correcta. No entanto, tal não significa que a criança conheça realmente os números.
"Há crianças que aprendem com gosto e facilidade a memorizar a sucessão de números cardinais; é, no entanto, mais importante perceber a correspondência de uma determinada quantidade a um número, do que saber de cor a sucessão numérica.” OCEPE (1997, p. 77).
Embora as primeiras experiências de contagem tenham, obrigatoriamente, que estar associadas a objectos concretos, à medida que vão desenvolvendo o sentido de número, as crianças vão sendo capazes de pensar nos números sem contatarem com os objectos.
Familiarizar-se, o mais precocemente possível, com o domínio da Matemática partindo sempre de situações de jogo ou de materiais e experiências significativas para a criança é fundamental para que possa desenvolver o raciocínio, estimular a capacidade de pensar e de resolver problemas e de, gradualmente, construir a noção de número.
Na sala dos 4 anos, a Matemática tem sido muito trabalhada e ultimamente temos vindo a familiarizarmo-nos com os números. O último número de que falamos foi o 10, fechando assim o ciclo dos números naturais.
Para facilitar a aquisição do sentido de número e quantidade aqui está um exemplo de uma atividade realizada na sala:
Atividade: “Contagem de bolinhas”
Situação de Aprendizagem: Atividade individual
Material: Caixa de ovos com 12 buracos numerados de 0 a 10, deixando um livre para arrumação das bolinhas. Bolinhas de papel de crepe de variadas cores, em que cada cor representa um número.
Desenvolvimento: Apresentar à criança o material e explicar que as bolinhas são para arrumar nos buracos da caixa de ovos no número correspondente. Primeiro devem separá-las por cor, de seguida contá-las e por último ordená-las no respectivo lugar. Deixar as crianças explorar o material, colocando-o na área da Matemática para ser utilizado sempre que quiserem.
A criança gosta de contar e decorar os números. Para algumas recitar a sequência da contagem é um autêntico desafio e vão criando sequências próprias até conhecerem a correcta. No entanto, tal não significa que a criança conheça realmente os números.
"Há crianças que aprendem com gosto e facilidade a memorizar a sucessão de números cardinais; é, no entanto, mais importante perceber a correspondência de uma determinada quantidade a um número, do que saber de cor a sucessão numérica.” OCEPE (1997, p. 77).
Embora as primeiras experiências de contagem tenham, obrigatoriamente, que estar associadas a objectos concretos, à medida que vão desenvolvendo o sentido de número, as crianças vão sendo capazes de pensar nos números sem contatarem com os objectos.
Familiarizar-se, o mais precocemente possível, com o domínio da Matemática partindo sempre de situações de jogo ou de materiais e experiências significativas para a criança é fundamental para que possa desenvolver o raciocínio, estimular a capacidade de pensar e de resolver problemas e de, gradualmente, construir a noção de número.
Na sala dos 4 anos, a Matemática tem sido muito trabalhada e ultimamente temos vindo a familiarizarmo-nos com os números. O último número de que falamos foi o 10, fechando assim o ciclo dos números naturais.
Para facilitar a aquisição do sentido de número e quantidade aqui está um exemplo de uma atividade realizada na sala:
Atividade: “Contagem de bolinhas”
Situação de Aprendizagem: Atividade individual
Material: Caixa de ovos com 12 buracos numerados de 0 a 10, deixando um livre para arrumação das bolinhas. Bolinhas de papel de crepe de variadas cores, em que cada cor representa um número.
Desenvolvimento: Apresentar à criança o material e explicar que as bolinhas são para arrumar nos buracos da caixa de ovos no número correspondente. Primeiro devem separá-las por cor, de seguida contá-las e por último ordená-las no respectivo lugar. Deixar as crianças explorar o material, colocando-o na área da Matemática para ser utilizado sempre que quiserem.
Educadora Sofia Aroso
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