Na
verdade, na maioria das vezes a aprendizagem da matemática não é o primeiro
objetivo que está inerente a determinada atividade. Desta forma, a matemática
acaba por ser uma das linguagens que pode ajudar a criança a envolver-se no
processo de ensino e aprendizagem.
Por
exemplo, quando um bebé explora livremente objetos, aprende que o objeto cai,
que alguns são mais pesados que outros e até têm diferentes formas e tamanhos,
ele a partir dessa exploração vai compreendendo processos de comparação,
medição e representação espacial.
Nesta
linha de pensamento, é importante reforçar a ideia que quando os bebés nascem
entram em contacto com um mundo o qual não conhecem e, por isso, a vontade e
curiosidade de o conhecer vai sendo cada vez maior. Em contexto escolar, as
dinâmicas educativas – rotina, espaço, interações e materiais-, são essenciais
na vida da criança porque são elas que dão a estabilidade necessária para um
desenvolvimento harmonioso, holístico e seguro.
Na
sala de atividades, a exploração do espaço está intimamente relacionado com a
aprendizagem da matemática e com o desenvolvimento da motricidade (fina e
grossa). É, primeiramente, importante que a criança explore o espaço que ocupa,
experimentando perspetivas no espaço e capacidades motoras para depois se
especificar numa exploração mais minuciosa.
Desta
forma, é visível nesta faixa etária as crianças interessarem-se por “encher e
esvaziar objetos, encher um copo com água; encher ou esvaziar um contentor de
areia, rolhas, pedrinhas tirar para fora e voltar a pôr, tirar os brinquedos da
estante ou do armário; tira os brinquedos de dentro do cilindro, caixa ou cesto
desmontar algo e voltar a montá-lo abre livros e portas; tira a tampa das
caixas; tira uma peça de roupa e tenta vesti-la outra vez” (Post & Hohmann,
2011, p. 50).
Aos
poucos, as crianças pequenas, vão assim, através destas ações, adquirindo as
habilidades necessárias para, futuramente, aprender matemática.
No
currículo do berçário e da creche, a metedologia High-Scoope, através das experiências-chave, são um excelente
elemento orientador para a construção de bases matemáticas. Elas estão
relacionadas com a dimensão de quantidade e número em que as crianças se envolvem
enquanto funcionam com diversos materais, experimentando, assim, várias
situações: “o experimentar “mais” onde, por exemplo, a criança manipula um
objeto e a seguir um outro de um conjunto de objetos, ou ainda, quando pede
“mais” de alguma coisa (cereais, leite, etc.); a correspondência de um-para-um
onde, por exemplo, a criança tenta pôr um chapéu, ou uma meia em cada pé, ou
ainda, põe um boneco dentro de cada carrinho” (Post & Hohmann, 2011, p.
48).
De
forma a concluir, é importante ainda mencionar o papel dos educadores e
professores ao longo deste processo. É da responsabilidade dos docentes
promoveram experiências de aprendizagem cada vez mais desafiadoras para que se
construam novos conhecimentos, contemplando sempre nas suas ações o conceito de
diferenciação pedagógica.
Educadora Mariana Espinheira Rio, Salas Jean Piaget e Lev
Vygotsky