quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Foi notícia em janeiro

Faz parte das incumbências do professor enquanto agente transformador de aprendizagens, dinamizar o espaço da sala de aula. Tal como foi partilhado no último mês de novembro, o grupo da Sala de Estudo criou, este ano letivo, um jornal de parede aberto à comunidade escolar. O jornal de parede é por excelência um espaço no qual os alunos se podem expressar livremente, confrontar opiniões ou simplesmente narrar acontecimentos significativos vividos na primeira pessoa dentro e fora da instituição. Aliás, no processo de desenvolvimento das competências da leitura e da escrita, a sua presença é fundamental. Dizer que a sua finalidade se esgota em si próprio, não podia estar mais longe da verdade, uma vez que constitui um projeto aglutinador de informação, formação, fruição e lazer. Resta-nos esperar que com o tempo este deixe de ter apenas um papel subsidiário e periférico nas atividades escolares e promova, ao invés, o gosto pelo acesso à informação.
 
No seguimento deste trabalho foi notícia na Sala de Estudo:
 
 
Professor José Castro

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Avaliação: Qualidade em vez de Quantidade

“A avaliação em educação é um elemento integrante e regulador da prática educativa, em cada nível de educação e ensino e implica princípios e procedimentos adequados às suas especificidades.”
 
(Circular nº. 4 /DGIDC/DSDC/2011: 1). 
 
No caso da educação pré-escolar “assume uma dimensão marcadamente formativa, desenvolvendo-se num processo contínuo e interpretativo ” (Circular nº: 4, 2011: 1) tendo a criança como protagonista do processo de ensino-aprendizagem. Assim, é fundamental haver um conhecimento das metas atingidas pela criança, das suas dificuldades e como ela as poderá superar. (Circular nº: 4, 2011) Sendo uma avaliação formativa:
 
 “é um processo integrado que implica o desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas às características de cada criança e do grupo, incide preferencialmente sobre os processos, entendidos numa perspectiva de construção progressiva das aprendizagens e de regulação da ação.“        
 
 (Circular nº. 4,DGIDC/DSDC, 2011: 2). 
 
Os procedimentos utilizados na recolha de evidências, para sustentar a avaliação, dependem das opções metodológicas de cada educador. Estes registos podem ser:

ü Abordagens narrativas;
ü Fotografias;
ü Gravações áudio e vídeo;
ü Registos de auto avaliação;
ü Portefólios construídos com as crianças;
ü Questionários a crianças, pais ou outros parceiros educativos;
ü Outros.
 
Autilização de várias técnicas e instrumentos de recolha de informação vão possibilitar ao educador perceber as necessidades das crianças nas diferentes áreas. Possibilita ainda avaliar a sua progressão e ao mesmo tempo recolher elementos concretos para a adequar a sua intervenção às necessidades do grupo.
 
Em suma, a avaliação não pretende enquadrar a criança num valor regulamentado, mas é o resultado da observação e do planeamento. Serve para refletir sobre cada criança e adaptar toda a aprendizagem, investindo nas áreas de maior dificuldade e valorizar as conquistas.
 
Educador José Gonçalves

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

A Matemática no Jardim-de-Infância

Desde cedo a criança é frequentemente confrontada com o sentido de número: quantos anos tem, o número da porta de casa, os preços no supermercado, o número de meninos que há na sala, as datas nos trabalhos, o número de crianças que podem ficar nas diversas áreas da sala, entre outras situações. São diversos os contextos em que a criança tem oportunidade para contar e observar os numerais.

A criança gosta de contar e decorar os números. Para algumas recitar a sequência da contagem é um autêntico desafio e vão criando sequências próprias até conhecerem a correcta. No entanto, tal não significa que a criança conheça realmente os números.

"Há crianças que aprendem com gosto e facilidade a memorizar a sucessão de números cardinais; é, no entanto, mais importante perceber a correspondência de uma determinada quantidade a um número, do que saber de cor a sucessão numérica.” OCEPE (1997, p. 77).

Embora as primeiras experiências de contagem tenham, obrigatoriamente, que estar associadas a objectos concretos, à medida que vão desenvolvendo o sentido de número, as crianças vão sendo capazes de pensar nos números sem contatarem com os objectos.

Familiarizar-se, o mais precocemente possível, com o domínio da Matemática partindo sempre de situações de jogo ou de materiais e experiências significativas para a criança é fundamental para que possa desenvolver o raciocínio, estimular a capacidade de pensar e de resolver problemas e de, gradualmente, construir a noção de número.

Na sala dos 4 anos, a Matemática tem sido muito trabalhada e ultimamente temos vindo a familiarizarmo-nos com os números. O último número de que falamos foi o 10, fechando assim o ciclo dos números naturais.

Para facilitar a aquisição do sentido de número e quantidade aqui está um exemplo de uma atividade realizada na sala:

Atividade: “Contagem de bolinhas”

Situação de Aprendizagem: Atividade individual

Material: Caixa de ovos com 12 buracos numerados de 0 a 10, deixando um livre para arrumação das bolinhas. Bolinhas de papel de crepe de variadas cores, em que cada cor representa um número.

Desenvolvimento: Apresentar à criança o material e explicar que as bolinhas são para arrumar nos buracos da caixa de ovos no número correspondente. Primeiro devem separá-las por cor, de seguida contá-las e por último ordená-las no respectivo lugar. Deixar as crianças explorar o material, colocando-o na área da Matemática para ser utilizado sempre que quiserem.
 
 
Educadora Sofia Aroso

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Os Contos Tradicionais na Literatura Infantil

A procura de algum significado para a vida, constitui um processo pessoal e subjetivo que se inicia bastante cedo. Independentemente das inúmeras opções que cada indivíduo possa tomar, existem temas que a todos pertencem. Os contos tradicionais são exemplo de uma herança cultural coletiva, focalizada nas vivências humanas. Mediante uma linguagem própria, recorrendo ao «maravilhoso», grandes emoções são experimentadas nestas histórias, onde estão simbolizados conflitos humanos universais. Nomeadamente conflitos comuns no pensamento da criança. Nesta perspetiva, os contos tradicionais são uma ferramenta fundamental na forma de lidar com os medos mais comuns da infância.

É comum num conto de fadas ser exposto um dilema de forma concisa e direta, o que permite à criança enfrentar o problema na sua forma mais essencial. Um enredo mais complexo poderia ser-lhe confuso. O conto atribui aos medos da criança, muitas vezes confusos e mal delimitados, uma representação precisa. Dá-lhes um nome e sugere uma maneira de lidar com eles. Os pais podem criar situações onde os medos dos filhos se insiram nas histórias de modo tão natural que quando a criança menos espera, já consegue trabalhar o seu medo de maneira independente, superando esta fase complexa com a ajuda das próprias personagens.

O bem e o mal estão presentes, mas ao serem representados simbolicamente (em personagens do maravilhoso) e afastados temporalmente (“Era uma vez…”; “Há muito, muito tempo…”), permitem que a criança encontre significados que lhe serão úteis, sem se traçar uma linha direta com as suas vivências reais.

O bom herói é largamente escolhido como figura de identificação, por se afigurar extremamente agradável à criança, em todas as suas lutas. O modo como o protagonista, frequentemente o mais pequeno, ou o mais novo, se desenvencilha dos obstáculos deparados, confere um sentimento de esperança na criança de que também ela, vencerá as suas piores ameaças. Quanto mais simples e direta é uma personagem, mais rapidamente a criança se identifica a ela e rejeita a má.
 
Deste modo, os benefícios trazidos pelos enredos das histórias tradicionais são significativos e merecem destaque. A literatura de expressão oral incita à criação de um palco imaginário, onde é possível integrar significados, encorajando ainda o ato criativo.

O “final feliz” que alguns adultos consideram irreal e falso, parece ser uma ótima contribuição que estes contos fornecem às crianças, encorajando-as a lutar por valores amadurecidos e a construir um sentimento positivo em relação à vida.

“E viveram felizes para sempre…”
 
Educadora Sandra Moreira

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Programa: "Férias Escolares"

Com o início das férias escolares, multiplicam-se as opções à disposição dos pais com vista a realização de atividades em família. A Fundação de Serralves, considerada um dos ícones da cultura em Portugal, organiza, durante este mês, mais um programa de férias escolares. Destinado a crianças e jovens dos 4 aos 12 anos de idade, esta iniciativa procura motivar aprendizagens que valorizem a curiosidade e a criatividade, tendo como ponto de partida o contato com a arte e a natureza. As oficinas têm um caráter lúdico e pretendem estimular a experimentação e a vivência em grupo. A entrada é gratuita!
 
Professor José Castro

Eventos em Família

Decorre desde o passado dia 30 de novembro e até ao próximo 8 de dezembro, o Mega Fun Day, no Pavilhão da EXPONOR, em Matosinhos. O Mega Fun Day é um evento de entretenimento dedicado aos mais novos, especialmente àqueles cujas idades estão compreendidas entre os 2 e os 16 anos de idade.
 
Este evento obedece ao conceito de “Festa em Família”e ocupa uma área total de cerca de 20 mil metros quadrados, contando para o efeito com três áreas de animação distintas: espaço infantil, zona divertida e spot radical.
 
Numa semana que promete fazer as delícias da pequenada, está ainda previsto outro mega evento destinado aos fãs de Lego. Cidades, comboios e esculturas construídas com as míticas peças coloridas merecem também uma visita. Na certeza que o brinquedo mais marcante do século XX e transversal a várias gerações, será marcante tanto para as crianças como para os adultos.
 
Professor José Castro

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Jogo Heurístico (brinquedos convencionais vs objetos que viram brinquedos)

Sabendo da importância do brincar na aquisição de competências surge um conjunto de outras questões:
 
- Será que devemos controlar as brincadeiras da criança, ou devemos deixá-la construir o seu caminho até à meta das competências?
 
- Será que devemos apenas facilitar brinquedos comuns, ou devemos também colocar à disposição da criança objetos que, apesar de terem outra função, viram brinquedos?
 
Estas duas questões têm na sua génese dois pontos de partida: ambas defendem que as crianças aprendem por meio da exploração e da descoberta, tal como defendem as várias teorias sobre o jogo/brincar Heurístico.
 
Mas afinal em que consiste o Jogo Heurístico?
 
Segundo o dicionário de Oxford é um “…sistema de educação sob o qual a [criança] é treinada a descobrir as coisas por si mesma…” (Elinor Goldschmied, 2004: 147). Por outras palavras, este método de aprendizagem pressupõe:
 
- Organização de um conjunto de materiais em que a sua função principal não é ser um brinquedo;
 
- A criança constrói o seu conhecimento explorando os objetos livremente;
 
- Um ambiente que apesar de ser controlado pelo adulto, não intervém durante o jogo.
 
Este jogo, ou brincadeira, é mais utilizado em grupos de crianças com dois anos, visto que têm uma grande motivação para explorar objetos e verificar as suas características. Para isso necessitam de uma vasta variedade de elementos que não se encontram em catálogos de brinquedos.
 
No que diz respeito à organização de materiais não há qualquer indicação que defina os materiais mais indicados a utilizar. A sua gestão depende da criatividade do adulto, do interesse do grupo e as suas características não põem em risco a criança.
 
Quanto ao papel do adulto, tem duas funções principais: antes do jogo, tem que recolher e organizar os materiais. Durante o jogo, apenas observa e faz registos por escrito, vídeo ou fotografia. Apenas intervém se houver uma situação mais crítica, como disputa de materiais ou outras situações que coloquem em perigo a criança.
 
Na Sala Loris Malaguzzi já foi desenvolvido um Jogo Heurístico com distintos instrumentos. Muitos destes instrumentos estavam repetidos. Durante a atividade as crianças exploraram as pandeiretas através do tato, verificando que algumas tinham a pele lisa e outras menos lisa. Verificaram ainda que as pandeiretas tinham tamanhos e características diferentes, visto que umas davam para empilhar porque eram do mesmo tamanho e tinham pele. E outras eram de tamanhos diferentes e não possuíam pele, por isso era possível colocá-las umas dentro das outras, e não empilhá-las. E muitas outras conclusões foram desenvolvidas, permitirando que a criança desenvolvesse competências na área do raciocínio lógico-matemático, conhecimento do mundo e formação pessoal e social.
 
Por defender que este género de atividades, uma vez que têm uma enorme importância nesta faixa etária, serão desenvolvidas mais atividades tendo como base este método. Também em casa os pais podem proporcionar estes momentos às crianças, com materiais que todos possuímos como modelos de tupperware, bacias, copos, caixas e muitos outros. Basta sermos criativos.
 
Bibliografia: Elinor Goldschmied, (2004) “Pessoas com menos de três: crianças pequenas em creches”, São Paulo     
 
Educador José Pedro Gonçalves