quarta-feira, 23 de outubro de 2019

O Desenvolvimento da Linguagem

A comunicação é feita essencialmente através da linguagem, sendo também através dela que se faz a aprendizagem. A comunicação oral deve estar desenvolvida de forma correta antes da idade escolar, isto porque a dificuldade de compreender o que é dito e a dificuldade em exprimir-se pode comprometer o sucesso escolar. A linguagem vai ser primordial para mediar todas as aprendizagens e aquisições da criança.

A fonologia das palavras é essencial, pois é ela que mais tarde podem constituir maior prejuízo na posterior aquisição da leitura e da escrita. A criança deve ser exposta a novas aprendizagens com uma forte base linguística. Os pais e educadores devem estar atentos a forma como a criança se expressa e começar desde cedo a corrigir quotidianamente os erros de expressão.

A comunicação começa desde muito cedo, o bebé antes de falar, chora, sorri, grita, até que a partir dos 12 meses começam a surgir os sons e a  partir destas as primeiras palavras. O desenvolvimento da fala ganha dimensão por volta dos 2 anos, uma vez que já começamos a ter palavras percetíveis e o surgimento de frases

Claro que existem variações e os marcos de desenvolvimento são um pouco variáveis, contudo é necessário estar atento ao processo de desenvolvimento da linguagem.

A criança com dois anos compreende ordens complexas, diz o seu nome, reconhece muitos objetos e imagens e utiliza cerca de duas a três palavras. Os pais e educadores devem, portanto, enriquecer o vocabulário, explicando o significado das novas palavras e corrigindo, sempre que necessário, os erros de expressão sem contudo insistir demasiadamente.


Educadora Carolina Lopes, Sala Célestin Freneit

terça-feira, 22 de outubro de 2019

Aprender Através da Arte

Segundo Vigotsky (2009) quanto mais veja, ouça e experimente, quanto mais aprenda e assimile, quanto mais elementos reais disponha na sua experiência, quanto mais será considerável e produtiva a imaginação infantil. 

Partindo deste princípio, com o qual concordo plenamente, e acreditando que a arte possibilita que a criança adquira atitudes essenciais para o seu desenvolvimento, como senso crítico, sensibilidade e criatividade, desenvolvemos na nossa sala um projeto relacionado com a arte e aprender através da arte.

Deste modo, iremos trabalhar com obras de arte, de diferentes artistas (Piet Mondrian, Joan Miró, entre outros), todos eles com referências à realidade das crianças, para que possam encontrar alguma identificação e, assim, trazemos para a nossa sala o conhecimento de mundo, enriquecendo e ampliando o universo cultural das crianças. Mas não só, também trabalhamos conceitos matemáticos (cores, formas, linhas,…), figuras (figura humana, figuras abstratas, símbolos,…), aprendendo que, por meio do desenho, da pintura e da escultura, podemos dizer algo.

O importante é a criança aprender a valorizar a arte e não necessariamente tornar-se um artista. É trabalhando assim que mostramos às crianças que cada um tem a sua singularidade, que cada um tem a sua maneira própria de desenhar, pintar e que todos devem ser valorizados e respeitados.

Realizar atividades e práticas que englobem a Arte é falar que ela não ocorre isoladamente, pois trabalha o controlo corporal, o domínio sensório-motor, a sensibilidade estética, interação com o próximo, além de conceder confiança suficiente para a criança experimentar o mundo.




Educadora Sandra Moreira, Sala Ovide Decroly

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Exploração Sensorial na Creche

O corpo da criança é o seu veículo de aprendizagem e vivência, assim sendo, faz todo o sentido ajudá-la a conhecer o mundo, o outro e o “eu” através da exploração dos seus cinco sentidos.

É na creche que se dá essa primeira exploração que se expande ao longo de toda a sua infância, aumentando em cada etapa o grau de complexidade das atividades propostas.

Quando as crianças têm espaço e liberdade para se movimentarem, aprendem a medir a sua força e os seus limites. É a brincar que a criança cresce a tentar descobrir o meio que a rodeia, para isso ela usa o seu corpo e sobretudo os seus sentidos para:

- Ouvir histórias, canções, lengas-lengas, rimas;
- Observar as imagens e os elementos da natureza;
- Sentir as diferentes texturas e os materiais;
- Cheirar aromas e perfumes da natureza;
- Provar novos sabores.

Por meio da exploração, da curiosidade, da observação as crianças procuram entender o como e o porquê das coisas que os rodeiam.




Educadora Vera Ferraz, Sala Maria Montessori

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Dia Mundial do Animal

Anualmente, a 4 de outubro, celebra-se o Dia Mundial do Animal, e, por este motivo na Sala Loris Malaguzzi assinalou-se este dia com o intuito de celebrar a vida animal, de sensibilizar as crianças para a necessidade de proteger os animais e a preservação de todas as espécies, nomeadamente dos gatos e de dar a conhecer às crianças a profissão de veterinário.

Assim sendo, a mãe do João Lopes que é médica veterinária fez-nos uma visita e trouxe consigo dois gatos bebés que fizeram as delícias de todos.

Aprendemos que o veterinário é o médico dos animais, ou seja, quem trata deles quando estão doentes ou magoados. Ficamos a saber que os animais também tomam vacinas como os humanos para se protegerem e ficarem fortes e saudáveis. E, no fim, estivemos a ouvir o coração dos dois gatinhos a bater com a ajuda de um estetoscópio e a dar-lhes colo e a fazer festinhas. Foi uma manhã muito animada e divertida!




Educadora Maria João Paiva, Sala Loris Malaguzzi

quarta-feira, 24 de abril de 2019

Como Podemos Trabalhar a Matemática com Crianças Pequenas?

Na verdade, na maioria das vezes a aprendizagem da matemática não é o primeiro objetivo que está inerente a determinada atividade. Desta forma, a matemática acaba por ser uma das linguagens que pode ajudar a criança a envolver-se no processo de ensino e aprendizagem. 

Por exemplo, quando um bebé explora livremente objetos, aprende que o objeto cai, que alguns são mais pesados que outros e até têm diferentes formas e tamanhos, ele a partir dessa exploração vai compreendendo processos de comparação, medição e representação espacial.

Nesta linha de pensamento, é importante reforçar a ideia que quando os bebés nascem entram em contacto com um mundo o qual não conhecem e, por isso, a vontade e curiosidade de o conhecer vai sendo cada vez maior. Em contexto escolar, as dinâmicas educativas – rotina, espaço, interações e materiais-, são essenciais na vida da criança porque são elas que dão a estabilidade necessária para um desenvolvimento harmonioso, holístico e seguro.

Na sala de atividades, a exploração do espaço está intimamente relacionado com a aprendizagem da matemática e com o desenvolvimento da motricidade (fina e grossa). É, primeiramente, importante que a criança explore o espaço que ocupa, experimentando perspetivas no espaço e capacidades motoras para depois se especificar numa exploração mais minuciosa.

Desta forma, é visível nesta faixa etária as crianças interessarem-se por “encher e esvaziar objetos, encher um copo com água; encher ou esvaziar um contentor de areia, rolhas, pedrinhas tirar para fora e voltar a pôr, tirar os brinquedos da estante ou do armário; tira os brinquedos de dentro do cilindro, caixa ou cesto desmontar algo e voltar a montá-lo abre livros e portas; tira a tampa das caixas; tira uma peça de roupa e tenta vesti-la outra vez” (Post & Hohmann, 2011, p. 50).

Aos poucos, as crianças pequenas, vão assim, através destas ações, adquirindo as habilidades necessárias para, futuramente, aprender matemática.

No currículo do berçário e da creche, a metedologia High-Scoope, através das experiências-chave, são um excelente elemento orientador para a construção de bases matemáticas. Elas estão relacionadas com a dimensão de quantidade e número em que as crianças se envolvem enquanto funcionam com diversos materais, experimentando, assim, várias situações: “o experimentar “mais” onde, por exemplo, a criança manipula um objeto e a seguir um outro de um conjunto de objetos, ou ainda, quando pede “mais” de alguma coisa (cereais, leite, etc.); a correspondência de um-para-um onde, por exemplo, a criança tenta pôr um chapéu, ou uma meia em cada pé, ou ainda, põe um boneco dentro de cada carrinho” (Post & Hohmann, 2011, p. 48).

De forma a concluir, é importante ainda mencionar o papel dos educadores e professores ao longo deste processo. É da responsabilidade dos docentes promoveram experiências de aprendizagem cada vez mais desafiadoras para que se construam novos conhecimentos, contemplando sempre nas suas ações o conceito de diferenciação pedagógica.




Educadora Mariana Espinheira Rio, Salas Jean Piaget e Lev Vygotsky

Brincando com a Matemática desde a Creche

A melhor forma de despertar o gosto pela Matemática desde os primeiros anos de vida é a brincar! 

“A brincar?”, dizem vocês! Sim, é através do jogo lúdico que as crianças descobrem coisas iguais e diferentes, organizam, classificam e criam conjuntos, estabelecem relações, observam os tamanhos das coisas, brincam com as formas, ocupam um espaço e assim vivem e descobrem a Matemática. Uma criança aprende muito de Matemática sem que o adulto precise ensiná-la, pois a Matemática está presente na arte, na música, em histórias, na forma como organizamos o pensamento, nas brincadeiras e nos jogos infantis. Contudo, o adulto deve impulsionar este conhecimento, promovendo experiências e disponibilizando tipos de materiais que possibilitem às crianças tais descobertas.

É importante para um educador perceber que pode trabalhar a Matemática, principalmente em idades mais precoces, sem se preocupar tanto com a representação dos números ou com o registro no papel e que pode colocar em contacto com a Matemática crianças de todas as idades, desde bebês.

Podemos pensar a Matemática a partir de uma proposta não-escolarizante, que permita à criança criar, explorar e inventar seu próprio modo de expressão e de relação com o mundo. Tudo o que temos de fazer é criar condições para que a Matemática seja descoberta, oferecer estímulo e estar atentos às descobertas das crianças.  

O trabalho de Matemática na infância deve, dessa forma, garantir que as crianças façam mais do que recitar números e decorar os nomes de figuras geométricas. É preciso que possam, partindo dos conhecimentos prévios de cada uma, avançar nos seus conhecimentos mediante situações significativas de aprendizagem. Várias são as possibilidades para que isso ocorra: as situações de jogos; as resoluções de problemas; atividades lógicas, etc.

O que vai garantir uma aprendizagem consistente é que a criança possa ser a protagonista desse processo, ou seja, um ser ativo que procura respostas a questões verdadeiras e instigantes. Sem nunca esquecer o papel fundamental do adulto/educador, enquanto promotor e mediador da aprendizagem, pois possui o papel de acompanhar as atividades, ensinando e promovendo oportunidades em que a criança possa desenvolver-se mais e de uma forma adequada à sua idade e grau de desenvolvimento.




Educadora Sandra Moreira, Sala Loris Malaguzzi

terça-feira, 23 de abril de 2019

As Cores e as Formas Geométricas

Desde muito pequenos estamos inseridos num mundo onde a Matemática está, naturalmente, muito presente no nosso quotidiano, sem por vezes nos apercebermos. O mesmo acontece ao longo do dia-a-dia na Sala Ovide Decroly, em que as crianças demonstram curiosidade por tudo ao seu redor, tendo a oportunidade de experienciar e vivenciar diversas experiências matemáticas de forma muito natural como o próprio brincar, as rotinas, a gestão temporal, as regras, os jogos...

Como refere Zatz Halaban (2006), brincar é essencial para a criança, que aprende a interagir com o mundo incentivando a lógica, a capacidade de estratégia, a tomada de atitudes, o desenvolvimento do raciocínio, da concentração, da imaginação promovendo a autonomia de pensamento. Neste sentido, o jogo e o brincar detém de um papel primordial na nossa sala, para que as crianças se apropriem de forma natural e progressiva de conceitos matemáticos, construindo de forma ativa e participativa o seu próprio conhecimento.

A título de exemplo, as crianças da Sala Ovide Decroly têm vindo explorar e a descobrir a existência de diferentes formas geométricas através de jogos que implicam observação e manipulação de objetos com essas mesmas diversas formas. De forma lúdica, prazerosa e interessante estão a aprender a discriminar, a diferenciar e a identificar o quadrado, o círculo e o triângulo. Existe assim, uma construção contínua de conhecimentos com base no experimentar e na resolução das dificuldades que vão acontecendo ao longo do jogo, favorecendo o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático e do pensamento. À medida que as crianças brincam de forma ativa e divertida, vão experienciando opções, observando diferenças e semelhanças, apercebendo-se de algumas propriedades, adequando estratégias através da tentativa-erro acabando por, naturalmente começar a distinguir as características das formas geométricas nomeando-as e diferenciando-as corretamente. O papel do educador neste processo de aprendizagem é de mediador e facilitador levando o aluno aprender a aprender.



Esta aprendizagem ativa e participada detém de um papel fulcral em idades precoces favorecendo futuras aprendizagens. A brincar, aprendemos Matemática!


Educadora Susana Bessa, Sala Ovide Decroly