terça-feira, 18 de abril de 2017

As Birras

As birras começam a ser frequentes nesta faixa etária, pois são vistas pelas crianças como uma forma de se imporem e às suas vontades, assim como de obterem o que desejam. Quem nunca passou por uma situação constrangedora que nos deixa perto de um ataque de nervos?


A solução para que as crianças cresçam bem e em harmonia é simples, basta apenas amor e limites. O amor é fundamental para que cresçam com confiança e autoestima, e por sua vez os limites são cruciais na aprendizagem do autocontrolo, essencial para a vivência em sociedade.

Tendo estes dois pilares por base, em caso de birra o essencial é tentar manter a calma, por muito difícil que por vezes possa ser, não se esqueça que as crianças imitam comportamentos, quer sejam positivos ou negativos. Tente evitar o uso da força física uma vez que pode criar mais raiva e frustração, além disso, as birras podem ter subjacentes outros cenários como o cansaço, fome ou stress, o que significa que o mais importante naquele momento é recuperar a estabilidade.

É importante conversar com as crianças sobre aquilo que se passou, o que estava certo e o que estava errado, porque é que não pode voltar a acontecer, as consequências de uma futura birra e as consequências do bom comportamento. A autodisciplina é ensinar a criança a controlar, positivamente, as situações em que se encontra. Uma vez conquistada, as birras desaparecem, quase como por magia.

Contudo existem birras persistentes, sendo, por vezes, necessário ”ignorá-las”, não respondendo à criança, não a olhando, não acusando o seu comportamento de forma alguma. Nas primeiras birras, esta atitude pode não resultar em pleno, aumentando até a sua intensidade (para chamar a sua atenção) mas, se o fizer regularmente, as birras vão acabar, porque a criança vai perceber que não estão a surtir efeito.

Se a birra ocorrer em casa ou noutro espaço familiar, experimente deixar a criança sozinha durante alguns minutos ou segundos, pois funciona muito bem, uma vez que não tendo “audiência” a criança vai acabar por se acalmar mais rapidamente. No entanto, e para se salvaguardar de uma possível parte dois, só a deixe voltar quando estiver tranquila e em silêncio pelo menos durante 30 segundos seguidos.

As birras são inevitáveis. O segredo está na gestão das mesmas.

Educadoras Maria João Paiva e Joana Patrício, Salas Loris Malaguzzi e Ovide Decroly