sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Pote

Desfralde: como fazer?

O desfralde é um grande passo tanto para as crianças como para os pais. Mas afinal, qual é o segredo para o sucesso? TEMPO e PACIÊNCIA.


Será que está na hora?

O sucesso deste marco na vida das nossas crianças depende de características físicas e emocionais e é na maturidade destas que nos devemos centrar para perceber se uma criança está pronta, logo não nos devemos centrar (sempre) na sua idade. Muitas crianças mostram interesse no “pote” pelos dois anos, mas outros podem demonstra-lo só a partir dos dois anos e meio ou até mais velhos, e não pode haver pressa. Se começar cedo demais o treino pode durar mais tempo e o seu filho poderá perder o interesse e entusiasmo.

Então, como podemos saber se o nosso filho está preparado?

Se se colocar estas questões e se a resposta for na maioria delas positiva, vá em frente!

- O seu filho demonstra interesse na sanita, no pote ou em usar roupa interior (cuecas)?

- O seu filho compreende indicações básicas?

- Consegue perceber através das suas expressões ou pelas suas palavras quando o seu filho precisa de ir à casa de banho?

- O seu filho consegue manter-se seco por períodos de duas horas ou mais durante o dia?

- O seu filho avisa-a quando tem a fralda suja ou molhada?

- O seu filho consegue subir e descer as calças?

- O seu filho consegue sentar-se no pote ou na sanita sozinho ou usar as escadas de apoio para o fazer?

Preparados? Vamos então começar!

Quando decidir que está na hora, prepare o seu filho para o sucesso. Mantenha uma atitude positiva e procure a parceria de todos os prestadores de cuidados (familiares) e profissionais de educação, como o Educador de Infância do seu filho, por exemplo. Devem estar todos em sintonia para que não haja incoerências e para que não se criem confusões no seu filho.

Siga estes passos:

Prepare o equipamento que precisa:

Mantenha o pote sempre disponível e, se necessário, o redutor e as escadas de apoio à sanita. Encoraje o seu filho a sentar-se na sanita e certifique-se que os pés estão bem apoiados.

Ajude o seu filho a compreender termos relacionados com o uso da casa de banho, usando termos simples mas corretos e ilustrando com ações o que se pode fazer neste espaço.

Prepare um horário...

Se o seu filho mostra interesse no uso do pote/sanita sente-o lá durante alguns minutos, várias vezes por dia, até perceber a rotina biologia do seu filho dentro deste contexto.

Leia para o seu filho ou dê-lhe um brinquedo enquanto está sentado no pote/sanita. Fique com ele enquanto este estiver na casa de banho. Lembre-lhe que se não fizer desta vez pode sempre fazer da próxima vez que for ao pote. É importante ser persistente.

Depressa, vamos ao WC!

Quando o seu filho demonstra que quer ir à casa de banho (quando se baixa e aninha, quando se esconde ou coloca as mãos na zona genital, por exemplo), atue rapidamente!

Converse com ele acerca destes sinais para que se aperceba ele próprio deles e comece a controlar-se e a pedir para usar a sanita/pote.

Está na hora das… cuecas!

Depois de idas com sucesso à casa de banho pode considerar o uso exclusivo de cuecas! Celebre esta transição com o seu filho! Deixe o seu filho escolher as suas cuecas!

Durante o sono

A maior parte das crianças faz primeiro o controlo esfincteriano durante o dia, muitas vezes depois de 1, 2 meses de treino persistente. O controlo noturno e durante a hora da sesta pode demorar mais tempo. Use inicialmente fralda e depois, quando perceber a rotina noturna do seu filho, leve-o a casa de banho e, posteriormente, retire-lhe a fralda. Não se esqueça das proteções do colchão!


Educadoras Florbela Rios, Mariana Espinheira Rio e Vera Ferraz,
Salas Maria Montessori, Jean Piaget e Lev Vygotsky

quinta-feira, 18 de maio de 2017

O 1.º Ciclo está a chegar! E agora?

Tendo em conta que o Pré-escolar é a “primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida” (Lei nº 5/97 de 31 de março, Capítulo II, Artigo 2) é necessário haver uma articulação entre valências no sentido de não haver uma fragmentação educativa. Tal como refere Sim-Sim (2010) a entrada no primeiro ciclo é marcada por uma grande diversidade de estados antagónicos (alegria, felicidade, receio, stress e angústia). Estes estados resultam das alterações metodológicas e de rotina, passando de um contexto informal para ou contexto mais formal. Enquanto no pré-escolar as competências são desenvolvidas de forma lúdica, em que a criança “aprende brincando”, no primeiro ciclo é iniciado um trabalho mais estruturado, em que a avaliação passa a ser sumativa em vez de qualitativa. As crianças passam a gerir o seu tempo nas diferentes áreas curriculares em vez das atividades desenvolvidas nas áreas da sala.


Cabe ao educador encontrar um conjunto de estratégias, proporcionando “condições para que cada criança tenha uma aprendizagem com sucesso na fase seguinte competindo-lhe, em colaboração com os pais e em articulação com os colegas do 1.º Ciclo, facilitar a transição da criança para a escolaridade obrigatória”.

Tendo em conta o exposto, os pais e professores devem transmitir à criança tranquilidade e segurança necessárias para a nova etapa que se avizinha. Ao fazê-lo vão auxiliar a criança a passar esta nova fase com naturalidade e descontração.

O receio de adaptação é outro dos receios dos pais. Se refletirmos, as crianças demonstram muito mais facilidade de adaptação do que os adultos. Apesar deste facto, o adulto pode utilizar várias estratégias para facilitar a adaptação: sempre que surgir oportunidade, referir a escola como um local positivo, de aprendizagem e crescimento; propício a novas amizades.

Esta fase será dos primeiro grandes momentos de mudança que a criança ira ter ao longo do percurso escolar. Se houver boas memórias deste período, irá ser sempre benéfico para futuras transições propostas à criança.

Para terminar, nunca nos podemos esquecer:

“Há sempre um momento na infância em que se abre a porta que deixa entrar o futuro” (Green, s.d., citado em Oliveira-Formosinho, 2013, p.5).

Educadoras Sandra Moreira e Carolina Lopes, Salas Jerome Bruner e Paulo Freire