terça-feira, 5 de dezembro de 2017

Jogo Heurístico

A palavra "heurístico" provém do termo grego "eurisko", que significa descobrir ou chegar à compreensão de algo.

Este jogo é frequentemente utilizado com crianças mais pequenas, uma vez que têm uma grande motivação para explorar objetos e verificar as suas caracteristicas e potencialidades. Os objetos utilizados podem ser dos mais variados materiais.

O adulto, tem apenas duas funções principais: antes do jogo, a de recolher e organizar os materiais; durante o jogo, a de observar e registar por escrito, vídeo ou fotografia e apenas intervém se houver alguma situação mais crítica, como disputa de materiais.

Segundo Elinor Goldschmied, o Jogo Heurístico é um “sistema de educação sob o qual a criança é treinada a descobrir as coisas por si mesma”.

E em que consiste?

Na organização de vários materiais em que a sua função principal não é ser brinquedo;
A criança constrói o seu conhecimento explorando livremente;
O adulto organiza e planifica o jogo mas não intervém durante a realização do mesmo.

Na sala Maria Montessori, foi realizado um Jogo Heurístico com caixas de cartão de vários tamanhos. Durante a atividade, as crianças exploraram as caixas e:

Encheram e esvaziaram as caixas com bolas;
Colocaram-se dentro das caixas grandes;
Perceberam que as caixas tinham diferentes tamanhos e guardaram as caixas pequenas dentro das grandes.

 

 

 

 

Com esta atividade as crianças exploraram as noções de posição dentro/fora, de tamanho grande/pequeno e o conceito de cheio/vazio.


Educadora Maria João Paiva, Sala Maria Montessori

sexta-feira, 3 de novembro de 2017

O Halloween "moderno" veio para ficar!

Se analisarmos o modo como o Halloween é celebrado hoje, veremos que pouco tem a ver com as suas origens.

O Halloween moderno é produto da mescla de muitas tradições, integradas de modo peculiar nas diversas culturas e que se vai sobrepondo até às tradições locais.
No entanto, esta festa tem conquistado o coração de miúdos e graúdos e, hoje em dia, todas as crianças adoram celebrar este dia e vivenciar esta experiência… E as nossas crianças não são diferentes, por isso, decidimos, no Colégio Espinheira Rio, celebrar este data! 

Deste modo demos asas à nossa imaginação e envolvemo-nos em toda a dinâmica promovida pelos preparativos para este dia. Desde enfeitar o colégio com adereços “assustadores”, a realizar uma festa de fantasia e até fazer um teatro sobre este tema, nada faltou no nosso “DIA DE HALLOWEEN”.

Assim, construímos, na nossa sala, uma aranha assustadora, que tinha muitos filhotes e que serviu para decorar o colégio!


Vestimos as nossas melhores “roupas assustadoras” para este dia!

E assistimos a um Teatro feito pelas nossas professoras sobre “Uma Festa Embruxada” que foi realmente assustador, mas também muito hilariante e divertido! Não faltou nenhuma personagem do Halloween, desde a Bruxa, ao Vampiro, à Múmia, ao Fantasma, ao Lobisomem e até a Abóbora.


Adoramos a experiência e de certeza que nos vamos lembrar de tudo um dia mais tarde! Foi muito divertido!...


No final, ficamos a saber que o Halloween tem as suas raízes no Reino Unido e que "Hallow" é um termo antigo para "santo", e "eve" é o mesmo que "véspera". O termo designava, até o século XVI, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado no 1.º de novembro.

Educadora Sandra Moreira, Sala Jerome Bruner

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

Chegou o outono!

Nos dias 9 e 10 de outubro, o outono foi às Salas Jean Piaget e Lev Vygostky, de forma a proporcionar uma atividade repleta de sensações, cores, texturas e sons.

Depois do momento do acolhimento, foi colocada uma caixa com folhas para que as crianças explorassem livremente.

Umas atacaram de imediato a caixa, outras, curiosas, aproximaram-se muito devagarinho enquanto outras mal queriam tocar nas folhas.



No entanto, ao longo da atividade cada criança fez a exploração à sua maneira, sempre com os adultos das salas por perto, prontos para desenvolver nas crianças novas experiências e desafios.


Este e outro tipo de contacto sensorial, adaptado e contextualizado à faixa etária, florescem nos bebés e crianças uma variedade de emoções como a alegria, a tristeza, a surpresa, a aversão ou até mesmo o medo, tornando-as mais ativas, dinâmicas, criativas, emocionalmente equilibradas e saudáveis. Ainda mais, faz com quem sejam capazes de realizar melhor as atividades propostas, em encontrar soluções e a apresentar uma boa socialização (Hohmann & Post, 2003).

Educadora Mariana Espinheira Rio, Salas Jean Piaget e Lev Vygotsky

segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Dia Mundial da Alimentação

No âmbito do projeto “Descobrir o Nosso Corpo”, a Sala Friedrich Froebel pediu a colaboração dos Pais para a decoração de “um prato saudável” juntamente com os filhos, para no dia 16 de outubro cada criança apresentar o seu prato ao grupo.

Este foi o resultado final dos trabalhos...


É através dos alimentos que o nosso organismo recebe os nutrientes necessários ao bom funcionamento do nosso corpo.

Para compreender melhor os alimentos e as exigências alimentares convidamos uma mãe nutricionista para nos esclarecer sobre a importância da alimentação saudável e para nos explicar qual é a função da nutricionista. Ficamos a saber, que o papel da nutricionista é orientar todas as pessoas que necessitam de melhorar a sua alimentação (crianças, adultos, idosos, etc.).

Complementando toda a informação que fomos obtento, a mãe trouxe uma história da “Luísa e do Luis”, onde cada criança no final percebeu a importância de uma boa alimentação e como o pequeno-almoço deve ser valorizado em casa, para que na escola possamos ter energia em todas as atividades. Também ficamos a conhecer todos os alimentos que deveriamos comer em todas as refeições.


É essencial proporcionar às criança uma alimentação equilibrada e saudável. A alimentação infantil tem um papel fulcral no desenvolvimento e crecimento das crianças, sendo essencial ensinar aos mais novos acerca da importância do equilíbrio nas escolhas alimentares.

Dicas para uma alimentação saudável para as crianças

1. Incluir fruta e verduras
A fruta e as verduras são a melhor aposta em termos de nutrição saudável, uma vez que contêm fibra e muitas vitaminas. As crianças devem comer cinco peças de fruta e verduras por dia: por exemplo, um copo de sumo de fruta ao pequeno-almoço, uma maçã e uma banana como lanches e dois tipos de produtos hortícolas nas refeições principais.

2. Diminuir as gorduras
Embora as crianças necessitem de incluir algumas gorduras na sua dieta – estas ajudam a sentir-se satisfeito e contêm alguns dos nutrientes necessários – não se deve exagerar. A alimentação infantil deve incluir o mínimo possível de alimentos como batatas fritas, carnes fritas, enchidos, manteiga e margarina, tortas e bolos.

3. Apostar no pequeno-almoço
O corpo humano necessita de energia para funcionar. Depois de uma noite de sono, os níveis de energia estão baixos, razão pela qual o dia das crianças deve começar com um pequeno-almoço completo: com hidratos de carbono, pão, fruta, cereais com leite ou iogurte.

4. Alimentos integrais
Como a sua estrutura não é alterada no processo de industrialização, os alimentos integrais mantém as vitaminas, minerais e fibras. Para além de prolongarem a saciedade, as variantes integrais do pão, cereais, arroz e massa, ajudam também a manter o peso.

5. Beber água
Tal como na alimentação dos adultos, também na alimentação infantil aquilo que se bebe é tão importante como o que se come. Para além de ser necessário fornecer ao corpo os alimentos necessários para nos mantermos saudáveis, é necessário beber pelo menos 5 copos de líquidos por dia, sendo a água sempre preferível aos sumos e refrescos. É muito importante beber em abundância se o tempo estiver muito quente ou quando se pratica exercício físico.

6. Variar o menu
A alimentação das crianças deve ser variada, uma vez que as crianças necessitam de mais de 40 tipos diferentes de nutrientes para assegurar o bom funcionamento do organismo (tais como vitaminas e minerais). Tendo em conta que não existe nenhum alimento que os contenha todos, é importante equilibrar as escolhas diárias e ir variando o menu, tendo o cuidado de incluir no mesmo frutas, verduras, cereais, carne e outros alimentos proteicos e lácteos, como leite e queijo.

7. Comer devagar
É importante habituar as crianças a comer devagar e a mastigar bem os alimentos. As refeições devem ser feitas, de preferência, num ambiente tranquilo, procurando manter os mesmos horários e intervalos regulares.

8. Evitar saltar ou substituir refeições por bolos, salgados, sandes, chocolates ou outras guloseimas.

9. Evitar os fritos e os alimentos com elevada quantidade de açúcar, gordura e sal, bem como os temperos industriais.


Educadora Joana Patrício, Sala Friedrich Froebel

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

À Descoberta das Cores

A “Lição de Três Tempos” desenvolvida por Eduard Séguin e aprimorada por Maria Montessori, em 1909, fala-nos de três momentos de aprendizagem das cores.

Inicialmente, no primeiro tempo, respeitante à associação da perceção visual com o nome, apresentamos às crianças duas cores, vermelho e azul. Apresentamos o vermelho e dizemos “este é vermelho” e apresentamos o azul e dizemos “este é azul”.

No segundo tempo, faz-se o reconhecimento do objeto correspondente ao nome. Dizemos às crianças “dá-me o vermelho” e depois “dá-me o azul”.

Por último, no terceiro tempo, recordamos o nome correspondente ao objeto. Perguntamos às crianças “qual é este?”, mostrando o objeto.

Maria Montessori fez uma alteração à “Lição de Três Tempos”. Ela inseriu o período que depende da autoeducação, no qual apresentamos o material em silêncio e a criança desempenha a tarefa. Este período antecede os outros três.

Nesta atividade, registamos a exploração da cor azul e da cor vermelha, ao mesmo tempo que trabalhamos outras competências, tais como: a motricidade fina e a concentração. Rasgamos papéis de cor azul e vermelha e colamos no círculo correspondente.


Na nossa sala, vivenciamos a Matemática todos os dias, nos pequenos pormenores do dia-a-dia, fazemos conjuntos, comparamos tamanhos, cores e formas, de uma forma simples a Matemática vai entrando nas nossas vidas.

Educadora Carolina Lopes, Sala Ovide Decroly

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Babies Masterchef

Para comemorar o Dia Mundial da Alimentação, na Sala Maria Montessori, realizou-se uma atividade de culinária, que permitiu aos nossos pequenotes descobrir o mundo através dos sentidos.


Entre os 0 e 2 anos a criança vive o chamado período sensório-motor, o que significa que é por meio dos sentidos que conhece e interpreta tudo o que acontece ao seu redor. A informação captada pelos sentidos é a força motriz para o movimento. É o cheiro, o som, a cor e todas as percepções que os sentidos trazem para o cérebro que instigam a criança a pegar, explorar, analisar e comparar… «As experiências e vivências sensoriais são “alimento” para o cérebro, que tem a função de “organizar as sensações do próprio corpo e do mundo, de forma a ser possível o uso eficiente do corpo no ambiente”» (AYRES,1972).

Assim sendo, e de uma forma simples e saudável, as crianças experimentaram novas texturas, cheiros e paladares.

Nesta sessão de culinária usamos: bananas, farelo de aveia; flocos de aveia e canela.

 

Logo pela manhã, pusemos mãos à obra!


Exploramos, cheiramos, tocamos...


Na hora do lanche, provamos as nossas bolachinhas...





Hummm, deliciosas!


Educadora Maria João Paiva, Sala Maria Montessori

quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Dia Mundial do Animal

Olá, olá!

Estas duas últimas semanas no colégio
têm sido uma animação!!
Entre peças e peripécias
Quatro patas de inspiração!

Os meninos da Sala Loris Malaguzzi
tiveram a visita de novos amigos,
que nos surpreenderam com truques e agilidades
Todos muito divertidos!
  
Eram quatro, "os quatro patas"
A Coral, a Bianca, o Óscar e a Nammu,
Sempre aos saltos divertidos
Mais pareciam cangurus.

Depois mais calmamente,
Já na sala descansados,
Ouvimos uma história bem bonita,
De animais nunca abordados.

Falamos então das cigarras,
Das cigarras e das formigas
Serão estas o nosso projeto,

“As Formigas”, as nossas amigas.


 


Educadora Florbela Rios, Sala Loris Malaguzzi

quarta-feira, 27 de setembro de 2017

Sou Saudável, Sou Feliz

A fruta é um alimento muito importante na nossa alimentação. Segundo a Organização Mundial de Saúde, devemos consumir entre três a cinco porções de fruta por dia, diversificando as mesmas sempre que possível. A ingestão diária de fruta ajuda o organismo a defender-se de doenças e viroses.

A fruta é versátil, pode ser consumida e confecionada de várias formas, tais como: sumos caseiros, purés, batidos, saladas, cozida, assada e até misturada com outros alimentos.

A propósito do Dia Mundial da Alimentação, na Sala Ovide Decroly fizemos um revigorante batido com recurso a uma máquina de sumo. Estava delicioso! 

Aproveitamos ainda a ocasião para saber um pouco mais sobre as características de cada fruto, nomeadamente os seus sabores, cheiros e texturas. Foi um dia em cheio!



Educadora Carolina Lopes, Sala Ovide Decorly

sexta-feira, 19 de maio de 2017

O Pote

Desfralde: como fazer?

O desfralde é um grande passo tanto para as crianças como para os pais. Mas afinal, qual é o segredo para o sucesso? TEMPO e PACIÊNCIA.


Será que está na hora?

O sucesso deste marco na vida das nossas crianças depende de características físicas e emocionais e é na maturidade destas que nos devemos centrar para perceber se uma criança está pronta, logo não nos devemos centrar (sempre) na sua idade. Muitas crianças mostram interesse no “pote” pelos dois anos, mas outros podem demonstra-lo só a partir dos dois anos e meio ou até mais velhos, e não pode haver pressa. Se começar cedo demais o treino pode durar mais tempo e o seu filho poderá perder o interesse e entusiasmo.

Então, como podemos saber se o nosso filho está preparado?

Se se colocar estas questões e se a resposta for na maioria delas positiva, vá em frente!

- O seu filho demonstra interesse na sanita, no pote ou em usar roupa interior (cuecas)?

- O seu filho compreende indicações básicas?

- Consegue perceber através das suas expressões ou pelas suas palavras quando o seu filho precisa de ir à casa de banho?

- O seu filho consegue manter-se seco por períodos de duas horas ou mais durante o dia?

- O seu filho avisa-a quando tem a fralda suja ou molhada?

- O seu filho consegue subir e descer as calças?

- O seu filho consegue sentar-se no pote ou na sanita sozinho ou usar as escadas de apoio para o fazer?

Preparados? Vamos então começar!

Quando decidir que está na hora, prepare o seu filho para o sucesso. Mantenha uma atitude positiva e procure a parceria de todos os prestadores de cuidados (familiares) e profissionais de educação, como o Educador de Infância do seu filho, por exemplo. Devem estar todos em sintonia para que não haja incoerências e para que não se criem confusões no seu filho.

Siga estes passos:

Prepare o equipamento que precisa:

Mantenha o pote sempre disponível e, se necessário, o redutor e as escadas de apoio à sanita. Encoraje o seu filho a sentar-se na sanita e certifique-se que os pés estão bem apoiados.

Ajude o seu filho a compreender termos relacionados com o uso da casa de banho, usando termos simples mas corretos e ilustrando com ações o que se pode fazer neste espaço.

Prepare um horário...

Se o seu filho mostra interesse no uso do pote/sanita sente-o lá durante alguns minutos, várias vezes por dia, até perceber a rotina biologia do seu filho dentro deste contexto.

Leia para o seu filho ou dê-lhe um brinquedo enquanto está sentado no pote/sanita. Fique com ele enquanto este estiver na casa de banho. Lembre-lhe que se não fizer desta vez pode sempre fazer da próxima vez que for ao pote. É importante ser persistente.

Depressa, vamos ao WC!

Quando o seu filho demonstra que quer ir à casa de banho (quando se baixa e aninha, quando se esconde ou coloca as mãos na zona genital, por exemplo), atue rapidamente!

Converse com ele acerca destes sinais para que se aperceba ele próprio deles e comece a controlar-se e a pedir para usar a sanita/pote.

Está na hora das… cuecas!

Depois de idas com sucesso à casa de banho pode considerar o uso exclusivo de cuecas! Celebre esta transição com o seu filho! Deixe o seu filho escolher as suas cuecas!

Durante o sono

A maior parte das crianças faz primeiro o controlo esfincteriano durante o dia, muitas vezes depois de 1, 2 meses de treino persistente. O controlo noturno e durante a hora da sesta pode demorar mais tempo. Use inicialmente fralda e depois, quando perceber a rotina noturna do seu filho, leve-o a casa de banho e, posteriormente, retire-lhe a fralda. Não se esqueça das proteções do colchão!


Educadoras Florbela Rios, Mariana Espinheira Rio e Vera Ferraz,
Salas Maria Montessori, Jean Piaget e Lev Vygotsky

quinta-feira, 18 de maio de 2017

O 1.º Ciclo está a chegar! E agora?

Tendo em conta que o Pré-escolar é a “primeira etapa da educação básica no processo de educação ao longo da vida” (Lei nº 5/97 de 31 de março, Capítulo II, Artigo 2) é necessário haver uma articulação entre valências no sentido de não haver uma fragmentação educativa. Tal como refere Sim-Sim (2010) a entrada no primeiro ciclo é marcada por uma grande diversidade de estados antagónicos (alegria, felicidade, receio, stress e angústia). Estes estados resultam das alterações metodológicas e de rotina, passando de um contexto informal para ou contexto mais formal. Enquanto no pré-escolar as competências são desenvolvidas de forma lúdica, em que a criança “aprende brincando”, no primeiro ciclo é iniciado um trabalho mais estruturado, em que a avaliação passa a ser sumativa em vez de qualitativa. As crianças passam a gerir o seu tempo nas diferentes áreas curriculares em vez das atividades desenvolvidas nas áreas da sala.


Cabe ao educador encontrar um conjunto de estratégias, proporcionando “condições para que cada criança tenha uma aprendizagem com sucesso na fase seguinte competindo-lhe, em colaboração com os pais e em articulação com os colegas do 1.º Ciclo, facilitar a transição da criança para a escolaridade obrigatória”.

Tendo em conta o exposto, os pais e professores devem transmitir à criança tranquilidade e segurança necessárias para a nova etapa que se avizinha. Ao fazê-lo vão auxiliar a criança a passar esta nova fase com naturalidade e descontração.

O receio de adaptação é outro dos receios dos pais. Se refletirmos, as crianças demonstram muito mais facilidade de adaptação do que os adultos. Apesar deste facto, o adulto pode utilizar várias estratégias para facilitar a adaptação: sempre que surgir oportunidade, referir a escola como um local positivo, de aprendizagem e crescimento; propício a novas amizades.

Esta fase será dos primeiro grandes momentos de mudança que a criança ira ter ao longo do percurso escolar. Se houver boas memórias deste período, irá ser sempre benéfico para futuras transições propostas à criança.

Para terminar, nunca nos podemos esquecer:

“Há sempre um momento na infância em que se abre a porta que deixa entrar o futuro” (Green, s.d., citado em Oliveira-Formosinho, 2013, p.5).

Educadoras Sandra Moreira e Carolina Lopes, Salas Jerome Bruner e Paulo Freire

terça-feira, 18 de abril de 2017

As Birras

As birras começam a ser frequentes nesta faixa etária, pois são vistas pelas crianças como uma forma de se imporem e às suas vontades, assim como de obterem o que desejam. Quem nunca passou por uma situação constrangedora que nos deixa perto de um ataque de nervos?


A solução para que as crianças cresçam bem e em harmonia é simples, basta apenas amor e limites. O amor é fundamental para que cresçam com confiança e autoestima, e por sua vez os limites são cruciais na aprendizagem do autocontrolo, essencial para a vivência em sociedade.

Tendo estes dois pilares por base, em caso de birra o essencial é tentar manter a calma, por muito difícil que por vezes possa ser, não se esqueça que as crianças imitam comportamentos, quer sejam positivos ou negativos. Tente evitar o uso da força física uma vez que pode criar mais raiva e frustração, além disso, as birras podem ter subjacentes outros cenários como o cansaço, fome ou stress, o que significa que o mais importante naquele momento é recuperar a estabilidade.

É importante conversar com as crianças sobre aquilo que se passou, o que estava certo e o que estava errado, porque é que não pode voltar a acontecer, as consequências de uma futura birra e as consequências do bom comportamento. A autodisciplina é ensinar a criança a controlar, positivamente, as situações em que se encontra. Uma vez conquistada, as birras desaparecem, quase como por magia.

Contudo existem birras persistentes, sendo, por vezes, necessário ”ignorá-las”, não respondendo à criança, não a olhando, não acusando o seu comportamento de forma alguma. Nas primeiras birras, esta atitude pode não resultar em pleno, aumentando até a sua intensidade (para chamar a sua atenção) mas, se o fizer regularmente, as birras vão acabar, porque a criança vai perceber que não estão a surtir efeito.

Se a birra ocorrer em casa ou noutro espaço familiar, experimente deixar a criança sozinha durante alguns minutos ou segundos, pois funciona muito bem, uma vez que não tendo “audiência” a criança vai acabar por se acalmar mais rapidamente. No entanto, e para se salvaguardar de uma possível parte dois, só a deixe voltar quando estiver tranquila e em silêncio pelo menos durante 30 segundos seguidos.

As birras são inevitáveis. O segredo está na gestão das mesmas.

Educadoras Maria João Paiva e Joana Patrício, Salas Loris Malaguzzi e Ovide Decroly

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

"Pôr as mãos na massa!" - A importância da exploração sensorial nos primeiros anos

O bebé quando nasce demonstra interesse em experienciar situações e desenvolver explorações que contribuem para a construção do seu “self” e para a interação com o mundo que o rodeia. De acordo com os métodos curriculares que o CER defende e acredita, sobressai uma característica comum a todos: a criança é construtora do seu conhecimento através das relações e interações com o meio.



Deste modo, a escola bem como o educador devem proporcionar aos bebés e crianças “a riqueza das experiências […] em um momento em que o cérebro está pronto para receber, fazer conexões e assim utilizar essas informações (Goldschmied & Jackson, 2007, p. 114) no seu dia-a-dia. Isto porque os cérebros dos bebés além de estarem em constante crescimento, desenvolvem-se ao responder à informação recebida pelos cinco sentidos: audição, tato, paladar, olfato e visão.



Esta estimulação sensorial necessita por um lado de um ambiente organizado e dotado de objetos e materiais (estruturados ou não estruturados) que desafiem a criança no ato de transformar e criar (Harns, 2014), e por outro lado de um educador capaz de proporcionar uma variedade de experiências que se contextualizem nas características do grupo, em geral, e em cada criança.



Face ao referido, como é que na realidade esta estimulação sensorial ganha forma?

Por vezes, “o que começa por ser um movimento ocasional - acenar com uma colher de pau e acidentalmente bater com ela num caixote de papelão - conduz a uma descoberta fascinante e é intencionalmente repetida vezes sem conta. […] Mais tarde, a aquisição deste conhecimento experimental conduzirá as crianças a sequências cada vez mais complexas, como mexer com uma colher ou empilhar caixas (Hohmann & Post, 2011, p. 26)”.


 

Em conclusão, importa referir que este contacto sensorial floresce nos bebés e crianças uma variedade de emoções como a alegria, a tristeza, a surpresa a aversão ou até mesmo o medo. Ainda mais, os bebés e crianças que estão em contacto com aprendizagens sensoriais tornam-se mais ativos, dinâmicos, criativos, emocionalmente equilibrados e saudáveis, e passam a realizar melhor as atividades propostas, a encontrar soluções e a apresentar uma boa socialização.


Educadora Mariana Espinheira Rio, Salas Jean Piaget e Lev Vygotsky