sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Medos na Infância

Os medos fazem parte da natureza humana, são fruto do processo de desenvolvimento da criança e representam uma importante etapa de amadurecimento da mesma. São um fator positivo, e é dessa forma que devem ser encarados, apesar de as crianças, quando passam por esta fase, ainda não terem atingido um nível de maturação que lhes permita enfrentar esses medos de forma mais eficaz.
 
A principal tarefa dos pais/educadores consiste em ajudar os filhos/crianças a lidar com os seus próprios temores e o mais saudável é buscar o equilíbrio. Ou seja, a falta de medo expõe a criança ao risco e o excesso de medo faz com que a criança se feche. Encontrando o ponto de equilíbrio a criança aprende a dominar os seus temores e não ser dominada por eles.
 
A idade dos 2 anos (e até aos 6 anos) é marcada por esta fase dos medos, sendo normal a criança sentir medo do escuro, dos monstros, das personagens das histórias… Este facto deve-se à incapacidade que a criança tem de distinguir o real do imaginário, à sua perceção inocente dos acontecimentos, à sua imaginação que nesta idade é bastante fértil e atinge um maior grau de desenvolvimento e à sua pouca capacidade de discernimento dos factos. Estes quatro ingredientes juntos transformam a mínima coisa numa grande ameaça. Por exemplo, o simples facto de verem algo a ir pela sanita abaixo quando se puxa o autoclismo faz com que a criança deduza que o mesmo pode acontecer a qualquer um que se sente na sanita, daí o medo que algumas crianças sentem em irem à sanita.
 
Não devemos esquecer que a zona de conforto da criança nesta idade está ligada à ordem e à rotina. Tudo o que sai dessa rotina causa desconforto e estranheza, provocando alguns medos. No entanto é importante a criança se confrontar com eles para desenvolver defesas e a sua capacidade de ultrapassá-los sozinha.
 
Como lidar com o medo infantil?
 
Os medos infantis não devem ser minimizados. Devemos valorizá-los, tentar descobrir a sua origem e ajudar a criança a ultrapassá-los. Devemos dar atenção, questionar e estimular a criança a enfrentar o medo irreal, pois desta forma ela encontrará sozinha uma solução para as suas fantasias.
 
Brincar com os nossos filhos/crianças e entrar nas suas fantasias também é uma solução, pois as experiências lúdicas ajudam os mais pequenos a lidar com os seus anseios.
 
Utilizar bonecos e brinquedos nesta fase também é uma boa opção pois estes treinam as crianças para a vida e os mais pequenos costumam representar em brincadeiras o sentimento de medo, frente a uma situação real (por exemplo, o medo de ir ao médico ou ao hospital).
 
Usar ou oferecer um objeto à criança para que esta se sinta mais segura é uma maneira de lhe reduzir a ansiedade, pois ter algo familiar à mão permite-lhe desenvolver uma maior segurança para enfrentar os temores nas horas mais criticas, de dormir, de ausência da mãe…
 
Resumindo, o fundamental é avaliar a intensidade do medo e ficarmos atentos para o limite da normalidade, que é a rotina saudável de vida! 

Educadora Sandra Moreira

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